CRISE CLIMÁTICA

Após a manifestação: o que foi acertado em reunião entre prefeito e moradores atingidos pela enchente em Cachoeirinha

Manifestação aconteceu na sexta-feira, em frente à Prefeitura

Um ano e meio depois da grande enchente de 2024, que devastou Cachoeirinha e boa parte da Região Metropolitana, a cicatriz ainda pulsa — e cobra resposta. Na manhã desta sexta-feira (14), moradores de mais de dez bairros atingidos pelo desastre climático ocuparam mais uma vez a frente da Prefeitura para exigir o que chamam de “direito de dormir em paz”.

Os manifestantes, organizados pela Comissão dos Atingidos do Parque da Matriz, reivindicaram medidas urgentes de prevenção, transparência nos projetos do município e isenção do IPTU em 2026 para famílias que perderam bens, segurança e rotina na enchente do ano passado.

Com cartazes, faixas e palavras de ordem, o grupo fez questão de reforçar: “Não somos situação nem oposição. Somos moradores.”

A pressão resultou em uma reunião imediata com o Executivo — prefeito Cristian Wasem, vice-prefeito Delegado João Paulo Martins, o secretário de Planejamento Paulo Garcia e o secretário de Obras, Émerson dos Santos.

O que o governo apresentou: da modernização de bombas ao pacote de obras estruturais

Durante o encontro, a Prefeitura fez um balanço das ações já iniciadas para reduzir o risco de novas enchentes nos bairros críticos.

Entre elas, substituição do painel de acionamento por sistema automatizado; elevação dos geradores para evitar falhas de energia; contratação de empresa para manutenção especializada das casas de bombas; estudos para adquirir motobombas mais resistentes a detritos; solicitação de melhorias elétricas à RGE; projeto para ampliar o dique até Canoas e construir nova Casa de Bombas no Parque da Matriz e limpeza contínua da rede pluvial e recuperação da canalização.

O prefeito Cristian reforçou que a prevenção está no topo da agenda.

“Nosso trabalho é garantir que tragédias como a enchente de maio não voltem a impactar nossas famílias da mesma forma. Estamos investindo em tecnologia e infraestrutura e dialogando com todas as esferas de governo”, afirmou.

Prefeito e vice receberam comissão de moradores atingidos pelas enchentes


Isenção do IPTU: promessa para 2026, incerteza agora

A principal demanda social do grupo — a isenção do IPTU em 2026 — não recebeu resposta imediata.

Segundo a comissão, a Prefeitura se comprometeu a formar uma equipe técnica em janeiro de 2026 para elaborar um projeto de isenção, que passará por análise da Procuradoria e, depois, dependerá de aprovação da Câmara.

Para os moradores, a promessa ainda soa distante.

FUNRIGS, diques e casas de bombas: faltam recursos e sobram pendências

Outro ponto de maior tensão foi o pedido para acesso e transparência ao projeto que a Prefeitura diz ter enviado ao Governo do Estado solicitando recursos do FUNRIGS para obras de contenção no Parque da Matriz.

A comissão afirmou que não teve acesso ao documento e cobrou celeridade.

O Executivo se comprometeu a agendar reunião com o Governo do Estado e o vice-governador Gabriel Souza para “destravar” o pedido, pressionar pela liberação dos recursos e buscar definir prazos para ampliar o dique, reforçar o sistema atual e acelerar o dique rumo a Canoas.

Mas pontos críticos seguem sem avanço: instalação de rede elétrica própria para a Casa de Bombas; conduto forçado; desobstrução de bueiros e garantia de troca da empresa responsável pelo sistema até dezembro — promessa, sem contrato apresentado.

A comissão também cobrou o início imediato da revitalização do Arroio Passinhos, no entorno da Rua Telmo Dorneles — obra com projeto e recursos já aprovados, mas ainda sem execução.

A manifestação terminou com um acordo: os moradores darão uma semana para que o Executivo apresente a confirmação da reunião com o Governo do Estado e informações sobre o andamento dos projetos.

Sem retorno, o grupo já tem data definida: 26 de novembro, na frente do Palácio Piratini, em manifestação dirigida ao governador Eduardo Leite.

A Comissão reforça que continuará mobilizada e que as demandas são “mínimas para evitar que Cachoeirinha reviva o trauma de 2024”.

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