RAFAEL MARTINELLI

Após polêmica do corte de árvores, Zaffa divulga vídeo e Prefeitura detalha critérios técnicos da Rua Coberta; “Não vou deixar o Centro morrer”, diz prefeito de Gravataí

Imagem do projeto da Rua Coberta, entre as praças centrais

Após a polêmica sobre o corte de árvores nas praças centrais para execução do projeto do Novo Centro e sua Rua Coberta – que tratei terça-feira em Os ‘vilões’ da polêmica sobre o corte de árvores para o projeto da Rua Coberta e o Novo Centro de Gravataí, ontem a RBS repercutiu em reportagem ao vivo no Jornal do Almoço e viralizou no Grande Tribunal das Redes Sociais – o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) postou vídeo e a Comunicação da Prefeitura publicou material com esclarecimentos técnicos e políticos no site oficial do município.

Assista ao vídeo na SEGUINTE TV, abaixo leia na íntegra do realease e, ao fim, analiso.

Siga a matéria Novo Centro: mais de 1,5 mil árvores serão plantadas em Gravataí.

Nas últimas semanas a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar (Sema) realizou o plantio de mais de 800 mudas de árvores ao longo das Avenidas Jorge Amado, Acimar Silva, Lomba do Vadeco e também no Parcão de Gravataí. Foram plantados Ipês, Manacás, Escovas de Garrafa e Camélias. O plantio faz parte de um projeto de arborização da cidade.

Nos últimos dias, diversos munícipes questionaram o corte de árvores das praças da Bíblia e Dom Feliciano, local onde está sendo construída a Rua Coberta – Projeto aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores. O secretário de Meio Ambiente, Diego Moraes, ressalta que houve adaptações no projeto do Rua Coberta, para que pudesse ser mantido o maior número de árvores possível. “Após a conclusão da obra  o empreendedor apresenta um relatório do que foi tirado, e aí calculamos o RFO. O cálculo do RFO, pela lei 3565/14 é de 15 mudas para cada árvore nativa retirada, então ao final do manejo será feito relatório do que foi tirado, e calculado quantas mudas serão repostas, o local de plantio ainda será definido”, explica Diego.

Responsável pela empresa licitada, a Praça Mall LTDA, o empreendedor André Busnello salienta que, inicialmente, quando realizado o levantamento topográfico da área e a implantação das construções, havia cerca de 104 árvores para serem removidas, mas que, após readaptações – à pedido do Governo – o número diminuiu para cerca de 70, sendo preservadas cerca de 34 espécies. “Dentro do montante das 70 árvores que seriam removidas, 6 foram replantadas dentro da própria praça. Tudo isso dentro de um diálogo a fim de preservar o Meio ambiente”, ressaltou André.

Conforme o Secretário de Serviços Urbanos (SMSU), Eduardo Muller, este é um processo minucioso de cuidado e preservação, que começou no início deste ano com a avaliação técnica das árvores. Todas foram catalogadas e avaliadas de acordo com espécie, localização e saúde. A partir do estado de conservação, foi definido o plano de ação, que envolve poda, recuperação e até mesmo o transplante de espécies para outros parques da cidade.

A bióloga Isabela Kirsten, Chefe de Divisão de Apoio Técnico da Sema, reforça que a SMSU auxilia a Sema no trabalho e que a meta é manter todas as árvores saudáveis. “O estado fitossanitário (saúde) das árvores definirá as árvores que permanecerão, o que já sabemos que será a maioria. Outras, conforme tamanho e idade, serão transplantadas para diferentes praças de Gravataí. Somente em casos extremos, quando não há possibilidade de recuperação do exemplar, é autorizado o corte, e, ainda assim, há a obrigatoriedade do plantio de novas mudas, podendo ser em outros parques públicos, compensando as que foram suprimidas”.

O prefeito Luiz Zaffalon destaca ainda a construção de um novo banheiro público maior e com acessibilidade, para melhor atender a população. Todas estas mudanças e melhorias fazem parte do projeto do Novo Centro. “Não vamos deixar o centro morrer, como já acontece em diversas cidades do Brasil”, pontua Zaffa, que também comenta sobre o Prédio Histórico da Prefeitura Municipal, que será destinado para a Cultura, após a mudança da Prefeitura para a Ulbra – que deve ocorrer nas próximas semanas.

“O Prédio da Prefeitura, bem em frente ao local de construção da Rua Coberta, será um lindo espaço cultural. A Rua Coberta, também será um local para cultura no município. É isso que queremos no Centro da cidade: um centro vivo, com pessoas, com cultura, com lazer”, explica o prefeito. 

A Rua Coberta será implementada na Rua Prefeito José Link, entre a Rua Dr. Luiz Bastos do Prado e a Avenida José Loureiro da Silva, interligando as praças da Bíblia e Dom Feliciano, que serão revitalizadas. Sob a estrutura haverá espaço para cerca de 30 empreendimentos gastronômicos e comerciais. “Vamos fazer da Rua Coberta um espaço de lazer, gastronomia e cultura que vai mudar a cara do Centro e estimular o comércio local. Gravataí tem se consolidado como uma das melhores cidades do Estado para investir e viver, por isso estava mais que na hora de modernizarmos esta região tão importante da cidade com a oferta de novos equipamentos públicos”, finalizou Zaffa.

Sigo eu.

Em Os ‘vilões’ da polêmica sobre o corte de árvores para o projeto da Rua Coberta e o Novo Centro de Gravataí critiquei a falta de uma melhor comunicação do governo sobre a necessidade do corte das árvores.

Inclui-me entre os ‘vilões’, já que, como jornalista, não busquei detalhes do projeto; na entrevista coletiva na qual o prefeito apresentou a Rua Coberta não se falou no corte de árvores – e eu não perguntei.

Quando o perfil Mato do Julio postou imagens e vídeos de drone da devastação na Praça da Bíblica, até então fora da vista da população devido aos tapumes, inevitável era a comoção.

Reputo agora o governo começa a comunicar melhor. Infelizmente, sobre um ‘cemitério de árvores’ fixado na memória das pessoas.

Escrevi ontem: “Por mais moderna fique a Rua Coberta, e por mais comprometidas ou mortas restassem as árvores, lembrar das praças arborizadas mexe ao menos com nossa ‘memória autobiográfica’, aquelas recordações que criamos, mesmo que não correspondam à realidade, mas que se adequam à história que construímos sobre nossa vida, personalidade e, por consequência, comunidade”.

Ao fim, salvo engano, não se contesta a legalidade dos cortes. As leis ambiental e de construções foram respeitadas. É uma escolha de governo, política.

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