Perder é do jogo! Até a pipoca superfaturara da Arena sabia que o favoritismo vestia rubro-negro. O elenco carioca é absurdamente fora da curva, mesmo com quatro titulares ausentes. Mas era possível ter feito um enfrentamento melhor, né?
Há 4 dias o América-MG empatou com o time de Sampaoli no Rio de Janeiro. Com Gerson e Airton Lucas em campo! O que o Grêmio fez para amenizar a inquestionável superioridade do Flamengo???
O time de Renato não viu a cor da bola! Em plena Zona Norte de Porto Alegre com 50 mil torcedores. Erros dos visitantes na troca de passes e na saída de jogo oportunizaram chances de Suárez e Villasanti nos 10 primeiros minutos. Depois disso, Arena virou Maracanã!
Um parêntese: Walter Kannemann novamente deixou o time na mão. Inadmissível! Ninguém é maior que o Grêmio. Nem mesmo um dos maiores defensores da história tricolor. Caixinha, multa, penalidade disciplinar. O que não pode é a direção “passar panos quentes”. Um cartão amarelo por jogo também não tem cabimento. Chega de romantizar, né?
Há tempos entendemos que a mecânica tricolor com 3 zagueiros bateu no teto! Contra o Flamengo que povoa o meio-campo, então, ficou escancarado o erro de planejamento da comissão técnica para a partida. Até Filipe Luís surgiu na zona de articulação. Futebol se ganha é no meio-campo!!!
Uma pena que o Grêmio teve que levar um “Arrodião” na primeira etapa para desfazer o 3-6-1. Com Ferreira, o time ficou mais racional, embora não tenha sido o suficiente. Suárez passou a ter companhia, Cristaldo voltou a jogar mais centralizado e Bitello teve mais liberdade de movimentação. Portanto, um interessante ponto de partida para a “reciclagem”. Iturbe à direita também pode “pintar” como fato novo.
Alertávamos que as classificações contra Cruzeiro e Bahia pela mesma Copa do Brasil foram “enganosas” na ótica do Futebol Além do Resultado. Traduzindo: resultados infinitamente melhores que as atuações. Final de semana passado contra o Atlético-MG, da mesma forma.
Os sinais eram claros: embora a campanha formidável em 2023, o Grêmio vinha jogando menos jogo após jogo. A troca de mecânica poderia ter oxigenado a equipe. Mesmo vencendo, era necessário o diagnóstico. Quem não sabe o porquê ganha, fatalmente perderá muito em breve. O futebol quase sempre se repete.
Laterais com pouca aptidão ofensiva, mesmo com a liberdade facultada pela mecânica tática. Felipe Carballo e Franco Cristaldo “ainda sem estrear” vestindo azul, preto e branco. Luís Suárez, que dizem que ficará até dezembro (tomara), mais isolado que adolescente em festa da família. Um Bitello só não faz verão!!!
Quando as principais individualidades sucumbem, o problema é, principalmente, coletivo. Desta feita, responsabilidade intransferível da comissão técnica!!! Cornetinhas, cornetinhas…
Renato Gaúcho Portaluppi, entretanto, novamente tergiversou na coletiva. “Não temos primeiro volante”, disse mais ou menos assim, lamentando a saída de Thiago Santos.
Embora falte a figura de um camisa 5 raiz, às vezes o maior ídolo da história gremista comete o pecado do “Eu ganho e vocês perdem”. Provavelmente não seja a intenção, mas certamente não pega bem perante ao grupo. Ainda mais por não ter sido a primeira vez. Vestiário é um mundo à parte!
Na noite do “fico de Suárez”, o Flamengo promoveu um verdadeiro “choque de realidade” para o lado azul da força. E não apenas pelos 2 a 0. A reconstrução do Grêmio está sendo muito bem conduzida pela direção e pela própria comissão técnica. Entretanto, é preciso tempo, rotina, repetição, insistência. Degrau em degrau…
Os primeiros passos já foram dados, mas muito ainda precisa ser feito para que o bom trabalho se transforme em títulos, voltas olímpicas e taças no armário.
A não ser que a Imortalidade volte a assombrar o Brasil. Sonhar não paga imposto…
