Sempre favorita pela força da camiseta, a Argentina estreou com o pé esquerdo na 22ª Copa do Mundo. Primeiro com a canhota de Messi que converteu o “duvidoso” pênalti e depois no sentido figurado: derrota de virada para a aplicadíssima e organizada Arábia Saudita por 2 a 1.
Há tempos, a Albiceleste não chegava tão credenciada ao maior torneio do Mundo. O atual elenco voltou a vencer a Copa América após constrangedor jejum de quase 30 anos, com direito a vitória sobre o Brasil em pleno Maracanã. Ademais, goleada sobre a campeã da Europa, Itália, que culminou no troféu da Finalíssima. Em suma, bom futebol e uma invencibilidade de 36 jogos.
Para o Catar, porém, a lesão de Lo Celso talvez ajude a explicar o fracasso na estreia. Embora o grupo de jogadores seja o melhor da Argentina nas últimas Copas, ninguém executa a função que outrora era do meia canhoto: pensa, arma, cadencia, dita o ritmo. Um 10 à moda antiga, mas também podendo ser 8.
Sem o jogador do Villarreal, Lionel Messi precisa ser novamente o “faz tudo” da Seleção, o que na minha singela ótica, sempre justificou as atuações abaixo das expectativas vestindo a 10 de Maradona.
Contra os árabes, Papo Gómez foi a aposta de Lionel Scaloni. Por características, boa providencia. Eis um meia próximo das funções de Lo Celso. Dentro de campo, porém, atuou aberto à esquerda, limitado pela linha lateral. Atualmente no futebol espanhol, Gómez teve destaque recente atuando centralizado na Atalanta da Itália.
Na segunda etapa, mudança para 4-2-4 com Julian Álvarez. Enzo Fernandez na cabeça de área e até troca na zaga, com Lisandro Martínez, para melhorar a saída de jogo e a chegada à frente. Tempos depois, mudou o lateral-esquerdo! Logicamente não deu certo. O problema está no meio-campo!!!
Centralizar Gómez pode ser alternativa. Testar uma trinca de meio com Paredes, Fernandez e De Paul seria uma aposta mais conservadora. Se a opção for a ousadia, Dybala neles! Ou até o ingresso de Ángel Corrêa para manter as duas linhas de quatro que foram a tônica do primeiro jogo. Com a diferença que o camisa 10 do Atlético de Madrid está ambientando a jogar pelos francos.
Jogue quem jogar, o tempo começa a rugir! Para o futuro brevíssimo, contra México e Polônia, é vencer ou vencer — se não quiser apelar para os resultados paralelos e/ou para a famigerada Calculadora.
Os fantasmas da Era Messi parecem ter iniciado o aquecimento. Com a palavra, o futuro…