SEGURANÇA

‘Arrancar dedo’, ‘cavar cova’: quadrilha com membros em Gravataí detalhava torturas em sequestro milionários de casal de idosos

Gravataí foi uma das seis localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre onde a Polícia Civil cumpriu mandados durante a Operação Dupla Jornada, deflagrada nesta quinta-feira (7) com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em extorsão mediante sequestro. A ação resultou em 13 prisões preventivas e no cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, incluindo em bairros de Gravataí.

A ofensiva foi coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (1ª DR/Deic) e contou com o apoio da Brigada Militar. A investigação teve início em março de 2025, após um casal de idosos, donos de supermercados, ser sequestrado por criminosos fortemente armados em sua residência. O bando exigiu R$ 1 milhão como resgate.

As vítimas, de 68 e 69 anos, foram levadas a um cativeiro em Santo Antônio da Patrulha, onde permaneceram sob constante ameaça, enquanto os criminosos pressionavam a família. O caso teve repercussão à época, quando quatro suspeitos foram presos em flagrante e o casal foi libertado em uma área rural da RS-030.

Gravataí no radar da investigação

Gravataí entrou no foco da operação com o cumprimento de mandados de prisão e busca relacionados a integrantes da quadrilha que atuavam ou residiam na cidade. Seis celulares foram apreendidos durante as diligências, além de materiais que revelam o planejamento de novos crimes, como o sequestro de um médico e de uma influenciadora digital — ambos com rotinas detalhadas em documentos encontrados pela polícia.

Segundo a delegada Isadora Galian, a quadrilha operava de forma articulada, com líderes coordenando os crimes de dentro do sistema prisional. “Eles utilizavam informações privilegiadas obtidas por funcionários infiltrados nos estabelecimentos das vítimas e chegaram a empregar uniformes falsificados da Polícia Civil, veículos clonados e equipamentos de comunicação com giroflex”, afirmou.


Frieza e crueldade nas ações criminosas

Durante o período em que o casal ficou em cativeiro, os criminosos demonstraram extrema frieza. Interceptações telefônicas revelaram ameaças de tortura, mutilação e execução. Em uma das conversas, um dos integrantes sugere “arrancar o dedo” da vítima para forçar a abertura de um cofre, enquanto outro fala em “eliminar a velha” e “cavar uma cova” para ocultar o corpo.

A investigação ainda descobriu que a quadrilha tentou sequestrar o casal em duas outras ocasiões, antes de conseguir consumar o crime. O plano contou com a ajuda de uma funcionária do supermercado, que passou informações sobre a rotina das vítimas, chegando a fotografar a saída deles e repassar aos sequestradores em tempo real.

Criminosos com histórico violento

Os presos possuem extenso histórico criminal, com passagens por homicídio, roubo, porte ilegal de arma, entre outros. A estrutura da organização envolvia planejamento logístico sofisticado, com base tanto dentro quanto fora das penitenciárias.

“A operação de hoje visa, não apenas prender os responsáveis pelo sequestro do casal de idosos, mas também desarticular toda a estrutura da organização criminosa, impedindo a prática de novos crimes e garantindo que os responsáveis respondam pela gravidade de seus atos”, destacou o diretor do Deic, delegado João Paulo de Abreu.

A Polícia Civil segue com as investigações e novas diligências não estão descartadas. A identidade das vítimas e dos próximos alvos em potencial é mantida sob sigilo por segurança.

Denúncias anônimas sobre atividades suspeitas podem ser feitas pelo número 197 da Polícia Civil.

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