Secretário dos Esportes do Estado, o gravataiense Dimas Costa (PSD) envia nota após ser citado em meu artigo desta sexta-feira, Aumento no ICMS: vereadora Anna se atira na frente da bala por Dimas, Leite e – por consequência – Zaffa; O ‘MarxDonalds’ Gravataí.
Reproduzo os principais trechos e, abaixo, sigo.
“Primeiro, é importante todos terem a compreensão de que nenhum governante aumenta impostos por prazer. Nem corta subsídios, privilégios, incentivos, sem que haja absoluta necessidade. Governar é conciliar temas controversos, sempre colocando o interesse público acima dos interesses individuais”.
“Ao propor equalização da tarifa de ICMS com outros 19 estados do Brasil, o governador tenta garantir ao RS a melhor posição de retorno tributário a partir de 2027, quando entra em vigor o IBS. Embora haja forte resistência de entidades empresariais, ele está sendo absolutamente coerente com a defesa dos interesses do RS”.
“Não há fórmula fácil para a equação fechar, e o governador Eduardo Leite está sendo absolutamente corajoso ao abordar, com transparência, a questão tributária do ICMS, tentando levar nossa alíquota a média nacional”.
“Lembro que, em 2016, quando aumentou impostos, o prefeito a época fez o mesmo tipo de argumentação em relação à média de ISSQN e ITBI da região metropolitana: de que adianta cobrar menos impostos e não pagar as contas? Ao final, quem acaba pagando pela pobreza do estado é a classe mais necessitada”.
“O mesmo prefeito, quando deputado, entendo que por perceber a necessidade, e não por prazer, votou a favor do aumento do ICMS no governo Rigotto e depois votou a favor da prorrogação, a pedido da governadora Yeda, recém eleita, do qual foi secretário estadual. Ele foi leal ao governo que integrava, assim como fui na campanha e sou agora no governo”.
“Não gostaria de entrar em polêmicas com a deputada estadual de Gravataí que anunciou voto contrário à equalização da tarifa de ICMS com outros 19 estados. Como você mesmo escreve, é o sabor agridoce da política, onde alguns escolhem ficar pulando de um lado para outro do muro, de forma populista, ora agradando a uns, ora a outros, conforme o interesse eleitoral. O que é preciso explicar é como ser contra o aumento de impostos, o que agrada entidades empresariais, e ao mesmo tempo não abrir mão de subsídios, desonerações e incentivos fiscais num estado em históricas dificuldades, administrado por um governo que herdou uma dívida praticamente impagável, tanto que o governo Sartori, do MDB, atrasou salários e deixou uma dívida de R$ 20 milhões com a saúde de Gravataí”.
“Lamento que Acigra e Sindilojas, entidades históricas e combativas em Gravataí, não abram espaço para o contraditório. A não ser que a intenção seja apenas aliar interesses: setoriais de uns, eleitorais de outros. Nosso governo está disponível para prestar esclarecimentos e provar a necessidade de equalização do ICMS ou, se existe, e até agora não vi ninguém apresentar, ouvir alguma fórmula mágica para não permitir que o estado quebre mais uma vez”.
“Não concordo com tua leitura, no artigo de hoje, de que a vereadora Anna se jogou na frente da bala por mim. Garanto que tanto eu, quanto ela, temos convicção da necessidade dessa equalização do ICMS. Não por prazer, mas por responsabilidade com as contas públicas e por defender a necessidade de que o governo siga investindo em obras para os mais pobres. Em Gravataí, não tenho dúvida o governo Eduardo Leite-Gabriel Souza é o que mais investiu na história e vai deixar uma marca em nossa história, que é a elevada na ERS-118”.
“Sobre a eleição de 2024, respeito análises da imprensa, especulações e até “fofocas intermináveis”, como você mesmo descreve. É parte do jogo político. O que garanto é que hoje sou candidato a prefeito”.
Sigo eu.
Assim como fez na ‘pauta-bomba’ do pedágio na ERS-118, Dimas não ficou atrás do muro – e nem se escondeu atrás da vereadora Anna Beatriz, sua esposa.
Faz o casal, até agora, a principal defesa do governador em Gravataí, entre aqueles que, mesmo silenciando em pautas ruins, certamente buscarão um lugar à foto em pautas boas como a inauguração da elevada da 118.
Mesmo sem citar nomes, Dimas também ‘equaliza’ a polêmica ao insinuar incoerência do ex-prefeito Marco Alba (MDB) e da deputada estadual Patrícia Alba (MDB), por governos aos quais foram associados também terem aumentado impostos.
Ao fim, o que reputo chato, e aí o governador gaúcho não é personagem único, é candidatos em campanha se comprometerem com promessas que não vão cumprir.
Eduardo Leite disse que não aumentaria impostos.
Resta mais uma ‘verdade múltipla’, assim como será se a 118 for pedagiada, mesmo que seja em ‘free flow’, o ‘pedágio gourmet’.
Mais correto seria candidatos dizerem que vão governar conforme as circunstâncias.
LEIA TAMBÉM
Dimas já é secretário-adjunto de Esportes do RS; Quer ser ‘embaixador de Gravataí’ no governo Leite