O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está elaborando para o governo Eduardo Leite (PSDB) a modelagem econômica do plano de concessões de rodovias estaduais considerando a inclusão da RS-118 sem pontos de cobrança de pedágio, informa GZH.
A reportagem Sem pedágio, ERS-118 deve ser concedida à iniciativa privada e duplicada entre Gravataí e Viamão, de Jucimar Farina diz que a alternativa para assegurar os recursos necessários para a obra é o uso do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), que receberá as parcelas de dívida que o estado deixará de pagar à União pelos próximos três anos, somando R$ 11,7 bilhões.
A utilização do fundo foi sugerida em setembro ao governo estadual pelo movimento RS 118 Sem Pedágio e Pedágio; leia em RS 118 Sem Pedágio e políticos pedem a Leite que inclua duplicação no Plano de Recuperação do RS; Além das ‘verdades múltiplas’.
No documento, o movimento e políticos justificam o pedido pelo papel da rodovia durante a catástrofe climática de maio, quando se constituiu no único caminho rodoviário possível de acesso de entrada e saída de Porto Alegre, um corredor humanitário ligando a capital gaúcha com o restante do RS e do país.
A duplicação da ERS-118 em aproximadamente 16 km, entre os municípios de Alvorada e Viamão, é orçada em aproximadamente R$ 140 milhões.
Além do RS 118 Sem Pedágio e políticos de diferentes partidos, o documento foi assinado por Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul); Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no RS (Fetransul); CDL Porto Alegre; Federação Associação Gaúcha do Varejo (FAGV); Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA); Associação Empresarial de Cachoeirinha (ACC); Associação Comercial e Industrial de Gravataí (ACIGRA); Associação Comercial Industrial e de Serviços de Sapucaia do Sul do (ACIS); Associação Comercial Industrial e de Serviços de Esteio (ACISE); Associação Comercial Industrial e de Serviços de Alvorada (ACIAL); Associação Comercial Industrial e de Serviços de Viamão (ACIVI); CDL Viamão.
Ao fim, se em uma série de artigos sobre a polêmica –– como Audiência pública: ninguém quer pedágio e Leite é “mentiroso”. Ok, mas o que fazer da ERS-118?; O advogado do diabo ; Patrícia Alba representa RS 118 Sem Pedágio em Brasília na busca por emendas parlamentares para custear duplicação entre Gravataí e Viamão; O advogado do diabo, mais uma vez e Vídeo com prioridade do ministro Pimenta para duplicação da ERS-118 sem pedágio é anúncio de que governo Lula vai bancar a obra? Calma… –– cobrei do movimento e de políticos envolvidos a indicação de fontes de financiamento factíveis, a inclusão no Funrigs agora é uma alternativa.
Chegou a hora do governador ir além de suas ‘verdades múltiplas’ sobre o pedágio.
Instigo com o conceito de ‘verdades múltiplas’ porque na campanha de 2022 assinou documento se comprometendo a não pedagiar, mas depois de eleito contratou estudo para o free flow, o ‘pedágio gourmet’, sem cancelas.
Se defende o pedágio, porque entende que o Estado não tem como, ou não deve investir na manutenção da rodovia, Leite pode agora deixar isso mais claro à sociedade.
E enfrentar o debate sobre uma ‘privatização à brasileira’, que após R$ 400 milhões em investimentos públicos na duplicação – e, agora, mais a elevada em Gravataí, de R$ 27 milhões, e a iluminação completa, por R$ 20 milhões –, entregará a rodovia para exploração pela iniciativa privada.