RAFAEL MARTINELLI

Bolsonaro foi frouxo – para não dizer cúmplice – ao passar pano para o vagabundo que atirou granadas em policiais; Ah, se fosse o Zé Dirceu…

O que mais me preocupa no atentado cometido por Roberto Jefferson ao resistir à prisão é a frouxidão, para não dizer cumplicidade, do mandatário maior da nação na defesa da democracia. Jair Bolsonaro relativizou a ação de um vagabundo que jogou granadas e atirou com fuzil contra policiais federais que cumpriam ordem judicial para sua prisão.

Em agosto do ano passado, o ‘Bob do Mensalão’ já tinha ameaçado matar policiais, no episódio do ‘kit satanás’, sob o silêncio de muitos, de Gravataí inclusive, e entre os cúmplices um vereador PF, como apontei em Os políticos gravataienses que defendem Roberto Jefferson; E se ameaçar, de arma no coldre, a juíza de Gravataí?.

Para você que já está babando “Mas e o PT?”, imagine se fosse Zé Dirceu a resistir à prisão, a tiros e granadas?

Reproduzo o Twitter covarde do presidente e, abaixo, sigo.

É preciso apurar se não estamos diante de uma tentativa de ‘Facada 2.0’, ao menos na mente delirante desse delinquente que é aliado do bolsonarismo-seita.

O jornalista Valdo Cruz acaba de dizer na GloboNews que Policia Federal já possui indícios de que Jefferson premeditou o ataque à ministra Carmen Lúcia – chamou a ministra da Suprema Corte de ‘prostituta’, por exemplo – e também a resistência à prisão hoje pra tumultuar a eleição do dia 30.

Já a jornalista Malu Gaspar informa que o vagabundo só aceita se entregar se puder dar uma entrevista coletiva em frente a seu bunker, em Levy Gasparian, no interior do Rio.

Aí, associo-me ao também jornalista Reinaldo Azevedo: “Bolsonaro mandou Anderson Torres, delgado de PF que virou mininistro da Justiça, para ‘acompanhar o caso’ de Jefferson, o criminoso q atacou agentes da…PF. Fosse no Alemão ou no Salgueiro, uns 30 pretos seriam assassinados. Torres foi ao RJ para proteger policiais ou para proteger bandido?”.

Não basta esse atentado, com passada de pano do presidente da República e candidato à reeleição, para mostrar o quão é ‘difícil’ a escolha do próximo domingo?

É uma guerra civil que teremos após as 21h do próximo domingo? É luta armada? Mas, já pensou, e não pense onde estarão seus familiares, se “o morro descer e não for carnaval”, como cantava o Wilson das Neves? Nossa democracia não é tão sólida quanto a dos EUA para sair ilesa de um Capitólio de bananas.

Liberdade de expressão não é liberdade para cometer crimes; aí não seria democracia, seria anarquia, tirania, a lei do mais forte.

Ao fim, assustou-me mais ainda, pela proximidade que choca, comentário em post que fiz em minhas redes sociais, instigando a imaginarem se o vagabundo que atirou policiais fosse o Zé Dirceu.

“O Zé Dirceu é muito covarde para este tipo de ato de coragem”, escreveu o empresário de Ernani Piccoli, fundador do PL, hoje partido sequestrado por Bolsonaro.

Se para uma pessoa ‘esclarecida’ um atentado, um crime, se torna um “ato de coragem”, imagine para seguidores mais radicais da seita.

Tenho medo por nós, seja você de que lado for da ferradura ideológica.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade