RAFAEL MARTINELLI

Bordignon e Dimas estrelaram entre ‘cumpanheiros’ no sindicato da GM; Outro ‘Choquei’ da III Guerra Política de Gravataí e as portas do inferno

Daniel Bordignon (PT) e Dimas Costa (PSD) circularam juntos na festa de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí.

Sob o comando de Valcir Ascari, o ‘Quebra-Molas’, o Sinmgra é o responsável pelas negociações salariais no complexo automotivo da General Motors de 5 mil funcionários.

Mais um ‘Choquei’ da política da aldeia, o ex-prefeito – que entrou no salão junto ao senador petista Paulo Paim – e o secretário-adjunto dos Esportes do governo Eduardo Leite e segundo colocado na eleição para a Prefeitura em 2020 eram interpelados a todo momento pelo cumpanheiros se apresentariam chapa juntos na eleição do ano que vem; o que não negavam, em tempos que se estreitam inimizades no rastro da III Guerra Política de Gravataí: Luiz Zaffalon x Maco Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon e Stasinski.

Já tinha reportado a aproximação entre Bordignon e Dimas em artigos como Bordignon é candidato a prefeito de Gravataí pelo PT; O Django Livre, as baleias vermelhas e o bolsonarismo na aldeia, O mexido entre Bordignon e Dimas mexe com cenário eleitoral; A regra dos sinais, a subtração de egos e o efeito da III Guerra Política de Gravataí, Os sinais de Dimas: é candidato a prefeito de Gravataí em 2024 e Bordignon e Dimas ‘bateram uma chapa’.

Também prestigiaram a festa o vice-prefeito Dr. Levi Melo (Republicanos) e os vereadores Cláudio Ávila (União Brasil), Clebes Mendes (MDB) e Anna Beatriz da Silva (PSD).

Dr. Levi se mostrou um democrata, ao ouvir a série de discursos críticos ao bolsonarismo.

– Fechamos a porta do inferno, mas ficaram muitos demônios à solta – chegou a dizer um sindicalista, entre lembranças de “bom dia, presidente Lula” e “boa noite, presidente Lula”, no acampamento que dava alento ao então presidiário da República de Curitiba.

Ao fim, lembra-me o ‘Ser Político’, do Millôr – tanto para a reaproximação entre Bordignon e Dimas, quanto para o que experimentou Dr. Levi.

Ser político é engolir sapo e não ter indigestão, respirar o ar do executivo e não sentir a execução, é acreditar no diálogo em que o poder fala e ele escuta, é ser ao mesmo tempo um ímã e um calidoscópio de boatos, é aprender a sofrer humilhações todos os dias, em pequenas doses, até ficar completamente imune à ofensa global, é esvaziar a tragédia atual com uma demagogia repetida de tragédia antiga, é ver o que não existe e olhar, sem ver, a miséria existente, é não ter religião e por isso mesmo cortejar a todas, é, no meio da mais degradante desonra, encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas, é correr logo pra bilheteria quando alguém grita que o circo pega fogo, é rir do sem-graça encontrando no antiespírito o supremo deleite desde que seu portador seja bem alto, é flexionar a espinha, a vocação e a alma em longas prostrações ante o poder como preparação do dia de exercê-lo, é recompor com estoicismo indignidades passadas projetando pra história uma biografia no mínimo improvável, é almoçar quatro vezes e jantar umas seis pra resolver definitivamente o problema da nossa subnutrição endêmica, é tentar nobremente a redistribuição dos bens sociais, começando, é natural, por acumulá-los, pois não se pode distribuir o pão disperso, e é ser probo seguindo autocritério. E assim, por conhecer profundamente a causa pública e a natureza humana, estar sempre pronto a usufruir diariamente do gozo de pequenas provações e a sofrer na própria pele insuportáveis vantagens.

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