Afastado da Câmara por problemas de saúde, o presidente do PSB de Gravataí Paulo Silveira escalou Luis Stumpf para falar pelo partido sobre a polêmica envolvendo a saída de Anabel Lorenzi para concorrer a Prefeitura em 2020 pelo PDT com o apoio do Daniel Bordignon e, possivelmente, tendo como vice Rosane Bordignon, vereadora que é esposa do ‘Grande Eleitor’.
Nos artigos relacionados ao fim do artigo você pode ‘assistir’ aos capítulos da temporada do House of Cards – ou Game of Thrones – Gravataí. Mas o que motivou a reação dos socialistas da aldeia foi Como Stédile pode ter perdido a Prefeitura de Gravataí, publicado nesta manhã pelo Seguinte:.
Sempre ponderado, Luisão nunca subiu o tom de voz, apesar do alto volume das palavras:
– Bordignon nos traiu. Usou de nossa boa fé – resumiu o ufólogo, que já foi personagem da reportagem em texto e vídeo O homem que viu ovnis (fomos ao local do avistamento).
Luisão, que sempre fora mais próximo de Anabel, nos últimos meses estava ao lado de Paulo, e servia como um zap-zap entre os dois. Ele garante que a indicação da professora nunca foi uma condição de Bordignon ao manifestar a intenção de apoiar uma candidatura do PSB em 2020:
– Nas quatro reuniões que eu e Paulo tivemos na casa dele, Bordignon sempre disse que o PSB seria protagonista e garantiu apoio a uma candidatura nossa à Prefeitura. Em janeiro, perguntou de Anabel e disse que uma união das duas forças ganharia a eleição, mas nunca tratou a indicação do nome dela como uma condição para a aliança. Até porque, se fosse o caso, o caminho correto de construir isso seria por meio da direção partidária.
Luisão conta que ele e Paulo levaram o presidente estadual José Stédile até a casa dos Bordignons.
– Bordignon dizia que precisávamos estabelecer uma relação de confiança, que queria aproximação com a direção municipal e estadual. Acreditamos. Stédile se comportou como um dirigente ético, não atropelou o partido em Gravataí. Inclusive nos alertou: “conheço o histórico do Daniel, vão devagar, vamos observar mais…”
Luisão revela que, ao perceber o movimento que Bordignon faria em direção a Anabel, tendo o vereador Dilamar Soares como interlocutor, procurou a ainda companheira de partido:
– Falei para discutirmos no partido, que o Paulo não tinha nada contra. Anabel disse que estava refletindo sobre o futuro e, palavras dela, não queria ser prefeita pelas mãos do Daniel.
Conforme Luisão, o PSB tem hoje, “tranquilamente”, só um veto para coligação em 2020: o PDT dos Bordignons e Anabel.
– Lamentamos a quebra de confiança. Esse movimento dos Bordignons pode até ser coisa da política, mas lá na frente pode ser responsável por entregar mais uma vez a Prefeitura para quem o prefeito Marco Alba (MDB) quiser, ou para uma surpresa eleitoral como o vereador Dimas Costa (PSD).
Para onde vai o PSB?
– O Paulo era nosso candidato e continua sendo. Estamos programando um lançamento – garante Luisão, sem arriscar data.
A polêmica está dada. Luisão falou por Paulo, o que também tem preço político para um e outro. Pelo que observo das versões dos ‘dois lados’, talvez Paulo e Luisão não tenham – ou não quiseram entender – o interesse manifesto de Bordignon por Anabel que, pelas votações nas últimas três eleições para a Prefeitura, restava como uma estrela maior transformada em supernova pelo próprio partido.
Por mais hábil que seja, todo político sempre acaba cometendo uma sinceridade.
E, ao fim, somando este artigo a Não há como apagar golpe de 2011, diz Rita sobre Anabel; ’eu sei o que fizeste no verão passado’ afasta canhotos, e também aos artigos que relaciono abaixo, segue a máxima: "a esquerda só se une na cadeia".
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