coluna do silvestre

Cachoeirinha ainda pode ter trem ou aeromóvel até a capital. Já Gravataí…

Ligação por trens entre Cachoeirinha e Porto Alegre voltou a ser discutida e já estaria até com o ministro do Desenvolvimento regional, em Brasília. FOTO | Jaime Zanatta/GBC

Muitos dos internautas que acompanham-seguem-leem o Seguinte: devem recordar de matéria sobre a possibilidade de uma linha de aeromóvel ser construída entre Gravataí e Porto Alegre que foi publicada por este colunista em 17 de fevereiro de 2017 por este colunista (link abaixo).

O que eu escrevi na ocasião:
— A empresa chinesa China Railway Engineering Group (CREG) apresentou ao governo federal uma proposta para assumir a Empresa de Trens Urbanos Metropolitanos S.A. (Trensurb), que opera uma linha de trens de superfície para transporte de passageiros entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. A ideia foi levada diretamente ao ministro chefe da Casa Civil, o gaúcho Eliseu Padilha (PMDB).

— A proposta dos chineses é, além de assumir a Trensurb, implantar novas linhas – daí com o aeromóvel – dentro de Porto Alegre e com extensões que podem chegar a outras cidades da Região Metropolitana, inclusive Gravataí. Esta, partindo do Terminal Triângulo, na avenida Assis Brasil, e passando por Cachoeirinha.

Passados já mais de dois anos, com novos governantes nos palácios Piratini e do Planalto, parece que a ideia da ligação via trens suspenso entre a aldeia dos anjos e a capital dos gaúchos foi mesmo para as cucuias. Pelo menos a parte que diz respeito e interessa aos moradores de Gravataí.

Isso porque em novembro de 2017 foi realizado um seminário, em Porto Alegre, promovido pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) e com participação ativa de técnicos e dirigentes da Aeromovel Brasil. Entre os assuntos estavam a revitalização e ampliação da linha Gasômetro.

E neste seminário o prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), assinou um “Memorando de Entendimentos”, formalizando o interesse de seu governo no assunto do trem suspenso até a capital. Ou seja, manifestando que a Prefeitura de Cachoeirinha queria sim dar continuidade ao tema com o pessoal da Aeromovel Brasil.

 

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Frutificando

 

O tal memorando assinado pelo prefeito Miki, ao que parece, foi uma muda que vingou e que agora está até rendendo os primeiros frutos.

Ou ainda é uma utopia.

Pelo que noticiou hoje o site da AgênciaGBC.com Cachoeirinha continua na mira das autoridades e ainda pode ter uma ligação por trem com Porto Alegre. Não seria nos moldes do suspenso aeromóvel que chegou a ser anunciado como obra a ser tocada pelos chineses, e a maior parte do trecho seria subterrânea.

O que escreveram os colegas da GBC:

 

— Está em Brasília o projeto de construção da linha 2 do metrô de Porto Alegre. A ideia foi entregue pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS) que se reuniu com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.

— O trajeto terá do Centro Administrativo de Porto Alegre até o município de Cachoeirinha, uma extensão de 17 quilômetros. O valor da obra é de aproximadamente US$ 2,9 bilhões e mais da metade do percurso será subterrâneo. A operação ficará a cargo da Trensurb que já fez uma exposição da proposta de expansão.

— O ministro afirmou que quer ajudar e se comprometeu a entrar em contato com o secretário Especial de Desestatização do Ministério da Economia, para que o metrô de Porto Alegre seja retirado do projeto de privatizações e incluído no Programa de Parceria de Investimentos (PPI), da Casa Civil. Canuto também solicitou ao presidente da Trensurb uma estimativa de demanda para a nova linha.

— Uma outra reunião deverá ocorrer nos próximos dias para tratar do assunto.

 

MINHA OPINIÃO

 

Nos moldes do que consta na matéria da GBC, com mais da metade da linha andando por baixo da terra, não sai. O custo é elevadíssimo, de três a quatro vezes o valor que custaria a construção da linha suspensa.

Implica na utilização de maquinário pesado nas obras subterrâneas e em estudos minuciosos, exaustivos, caros e que demandam tempo, sobre os tipos de terreno e construções já existentes ao longo e que poderiam ser afetadas.

E, principalmente, pela topografia do terreno. Quase todo trecho – de Porto Alegre a Cachoeirinha – está ao nível das águas do Guaíba e do Rio Gravataí. Ou alguém em sã consciência é capaz de contestar isso?

Túneis, aí, exigiram pesadíssimos investimentos e obras de engenharia de altíssima tecnologia para impedir alagamentos e infiltrações. Já pensou a dinheirama para fazer e o risco disso tudo literalmente ir por água abaixo?

É mais fácil fazer pressão – política – no âmbito do estado e em Brasília pelos trens que podem andar acima dos carros, dos ônibus e caminhões, ao longo das avenidas Assis Brasil (Porto Alegre) e Flores da Cunha (Cachoeirinha).

A linha dos trens suspensos – ou linhas – representa obras significativamente menos complexas sob o ponto de vista da engenharia, sem riscos às construções já existentes, sem transtornos ao trânsito que já há no trecho e sem possibilidade de alagamentos.

Insistir neste novo modelo – que é velho e, por que não dizer, ultrapassado! -, é voltar às cartas e memorandos escritos nas sepultadas máquinas de datilografia em tempos de tecnologia digital e das mensagens de whatsapp.

 

 

 

 

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