Ex-prefeito conversou pela manhã com Eduardo Leite, de quem é admirador confesso
Luiz Carlos Busato (UB) recebeu Eduardo Leite (PSDB) para uma conversa franca na tarde desta segunda-feira, 13. Por determinação do partido que preside no Estado, o ex-prefeito de Canoas está convidando postulantes ao Piratini para estreitar relações – desde que sejam do mesmo ‘campo político’, que, no caso do União Brasil, vão desde o centro até a direita não extremista (aquela que baba de raiva se vê um petista atravessando a rua). Roberto Argenta, do PSC, já tomou seu café por lá, mas foi a visita de Leite que rendeu holofotes – e não por menos.
Busato é cotado para vice do governador que abriu mão do cargo em março na expectativa de disputar o Planalto pelo PSDB. Leite viu seus planos naufragarem com um estacionário nas pesquisas mas irredutível João Dória e seu mantra do ‘respeito às prévias’ que redundou em uma proposital desistência tardia. Sem tempo para articular em nome do tucanato uma candidatura viável de Centro, Eduardo Leite trocou o duvidoso pelo certo: concorrerá a governador no RS, onde lidera as principais pesquisas. Não é, claro, uma eleição certa – mas estar na frente, convenhamos, é uma baita mão na roda.
As chances de Busato estar na chapa com Leite são, no entanto, são ‘fifty-to-fifty’, como diria um amigo apostador; ’50 a 50′, em bom português – e explico porquê. Hoje, a vice de Leite é reservada ao MDB – acordo firmado, inclusive, pelas direções nacionais de ambos os partidos: PSDB indica o vice de Simone Tebet (MDB) à presidência da República e o MDB o vice do PSDB aqui no Sul. Se esse acordo tivesse firma reconhecida até janeiro, diria que é inabalável.
Acontece que política não tem ‘se’.
O acordo que ficou para agora pega um MDB que já lançou Gabriel Souza ao governo do Estado e está gostando de estar na disputa. O grupo contrário a aproximação com Leite agora cobra que Gabriel – até então o mais próximo do governador -, vá até o final, ganhando ou perdendo. E, volta e meia, ameaçam com uma inadvertida candidatura de José Ivo Sartori que, até agora, jamais saiu do seu apartamento no Centro de Caxias do Sul para garantir a quem quer que seja que irá às urnas em 2022.
O ’50’ que jogam a favor de Busato nesse papo são os que torcem para que a parceira PSDB/MDB se esfarele como paçoca vendida na porta do trem. Além disso, o União Brasil, sempre bom lembrar, é o dono da maior fatia do bolo do Fundão Eleitoral: 10 em 10 políticos precisam de dinheiro para se eleger, por que Eduardo Leite seria diferente?
Já se a parceria PSDB/MDB vingar, digo por minha conta e risco: Busato vai pedir o voto dos gaúchos para deputado federal. Não que o flerte com o PL de Onyx Lorenzoni ou o PDT de Vieira da Cunha não provoce especulações no União Brasil, mas porque Busato é um ‘eduardista’ de primeira hora e braço direito do atual governador Ranolfo Vieira Jr.
Se é para ser vice, é com eles que Busato quer estar.