BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | A missão do Guido é segurar o rio do lado de lá da 448: porque os diques são fundamentais para a retomada do lado Oeste

Secretário Guido Bamberg com o prefeito Jairo Jorge: contenção no dique e esgotamento da água na zona algada são prioridades do momento. Foto: Reprodução Redes Sociais

Secretário de Obras recebeu a tarefa de recuperar emergencialmente as contenções no Rio Branco e no Mathias Velho que evitam novas enchentes em caso de cheia do Sinos e do Jacuí em Canoas

O trânsito de caminhões na BR-448 carregados de ‘material’ tem sido intenso nos últimos dias. A rodovia inaugurada há pouco mais de uma década para encurtar caminho e desafogar a BR-116 está praticamente vazia: com o bairro Humaitá em Porto Alegre ainda embaixo d’água, a 448 ficou sem saída para a capital, mas ainda é o caminho mais viável para a ‘operação dique’, tocada pelo secretário de Obras de Canoas, Guido Bamberg, há três dias. A previsão é de que até o final da tarde desta quarta-feira, 22, o rasgo na estrutura que protege os bairros Rio Branco e Fátima, paralelo à BR-448 ao final da Rua Alan Kardec, esteja fechado com uma contenção emergencial.

Foi esse rasgo que permitiu a entrada de milhões de litros de água da cheia do Rio Jacuí no Rio Branco e Fátima, provocando a inundação dos bairros entre a madrugada e a manhã de sábado, 4 de maio.

A contenção emergencial foi contratada pelo governo na sexta, 17, e iniciada na segunda, 20. Até o início da tarde de terça-feira, 21, 176 cargas de material já haviam sido colocadas na contenção. Por ‘material’, entenda-se pedras grossas, finas, rachão e terra. Tudo isso é disposto em camadas e compactado. A medida que a altura da contenção vai subindo, forma-se uma espécie de muro triangular, em formato de pirâmide, que serve para manter a água do rio do lado de lá da BR-448 e longe das casas no Rio Branco e Fátima.

Estimativa da Prefeitura prevê que obra emergencial de contenção no dique da Rio Branco esteja concluída nesta quarta-feira, 22. Foto: Guilherme Pereira/ECom PMC

Para se ter uma ideia do que representam 176 cargas de material, isso dá quase 1,5 milhão de quilos de pedras, rachão e terra. Se fossem enfileirados, todos esses caminhões-caçamba formariam um paredão de 1,1 quilômetro com mais de 2,4 metros de altura — metade do dique na Rio Branco que, por enquanto, tem a cota de 5 metros de altura.

“A ideia é que ter essa contenção pronta o quanto antes para evitar que um repique da cheia ou novas chuvas voltem a alagar os bairros”, explica Guido. Segundo ele, o prefeito Jairo Jorge vem monitorando a obra emergencial ao mesmo tempo em que reforça a operação das bombas para esgotamento da água na região. “Com o dique fechado e as bombas, a água vai saindo e a limpeza pode avançar, com as pessoas retomando suas casas”.

Nas partes mais altas do bairro, a água já baixou bastante. Há muita lama, mas é possível chegar de carro até a Rua Pistóia, no Rio Branco, por exemplo, onde moradores já começaram a limpeza de suas casas. Por ali, a água atingiu pelo menos 1,7 metros de altura, tomando conta da maioria das construções de pavimento único. 

“O dique é peça fundamental de proteção dos bairros de toda essa região. Com o reparo no rompimento, estamos evitando que novos alagamentos aconteçam com frequência”, explica o secretário Guido Bamberg.

Jairo Jorge, em conversa com o blog, adiantou que pretende buscar recursos para ampliar a altura dos diques na cidade. “Eles foram pensados levando em conta a maior cheia de que se tinha notícia, que foi a cheia de 1941. Foram feitos com 5 metros”, conta. “A eficiência dos dique se mantiveram por 50 anos, mas a cheia de 2024 nos dá outro parâmetro com que nos preocupar. Acho que devemos elevar os diques para 6, 7 ou até 8 metros, com uma estrutura mais segura de proteção contra rompimentos, para darmos segurança a todo o lado Oeste da cidade”.

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