Semana de ‘conclaves’ para definição do vice de Eduardo Leite começa com despiste de Busato – mas ex-prefeito segue ponteando a disputa
Primeiro, a disposição de Luiz Carlos Busato (UB) para concorrer a deputado federal em outubro é verdadeira.
Dito isto, ele segue como o favorito para ocupar o posto de vice de Eduardo Leite (PSDB) na disputa pelo Piratini. Quem aceitou passivamente a versão publicada pela coluna da jornalista Rosane de Oliveira, de que Busato recua e pensa no Senado em 2026, tomou uma ‘la boba’ do camisa 10 do União Brasil.
Explico.
Não é que Busato faça questão de ser o vice: o problema é que o União não tem uma profusão de nomes que se encaixam na empreitada. Os quadros com maior visibilidade precisam concorrer à Assembleia ou à Câmara Federal para que o partido ultrapasse as barreiras da lei eleitoral, mantenha possobilidade de receber o fundo partidário e chegue a 2024 e 2026 com uma fatia viável do fundão – aquele que só pode ser usado nas eleições.
Nesse cenário, a candidatura de Busato a deputado federal é, no mínimo, essencial. Por isso, quando ele diz que esse é seu plano, não está enganando ninguém.
O suposto recuo de Busato, no entanto, faz parte da estratégia de dar tempo ao MDB para viabilizar um dos dois cenários seguintes: parceiria no 1º turno ou apoio no 2º. Caso Gabriel Souza não aceite desistir para estar com Leite, não há no campo político que orbita o tucano um nome melhor construído do que o de Busato.
A estratégia do ‘la boba’ ainda ajuda na aproximação com o PSD de Danrlei, Ana Amélia e Jairo Jorge – embora o partido esteja cada vez mais distante de Leite. E, nesse caso, nem tanto por Busato, mas pelos movimentos que o ex-governador vem fazendo, enfim. Com a ajuda de Agostinho Meireles, seu secretário e filiado do PSD, vem estimulando a candidatura de Daniel Musi a federal a ponto de incomodar Danrlei. O primeiro evento que Eduardo Leite participou após confirmar sua intenção de concorrer à reeleição foi, justamente, uma festa de Musi em Pelotas.
Naquela mesma semana, ele teria, ainda, admitido um apoio à reeleição de Lazier Martins pelo Podemos – o que provocou a ira de Ana Amélia. A revolta da ala JJ com a hipótese de Busato ser o vice é só mais um elemento nesse cenário todo.
E, claro, pode surgir outro cenário pelo caminho – como a desistência de um postulante competitivo que emboque na vice que, repito, está mais na mão do que no pensamento de Busato.
Por essa e por outras, reputo cedo para dizer o que será do ex-prefeito canoense na eleição. Se um aposta que ele será candidato a federal e outro a vice, o mais provável é que por enquanto os dois estejam no caminho certo.
