BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Comitiva da Costa Rica confere aeromóvel daqui: projeto de lá contempla ‘uma Porto Alegre’ na capital San José

Costarriquenhos da delegação de autoridades, empresários e engenheiros estiveram em Porto Alegre nesta quarta, 15, e conheceram o aeromóvel que liga o aeroporto Salgado Filho ao terminal da Trensurb. Foto: Thiele Elissa/Aerom

Delegação visitou Assembleia, esteve com vice na capital, foi à Caxias conhecer a Marcopolo e tem conversa com prefeito de São Leopoldo nesta quinta

Um comitiva de 18 autoridades, empresários e engenheiros da República da Costa Rica está no Rio Grande do Sul para um tête-à-tête sobre o aeromóvel e toda sua cadeira de produção. O projeto, que segue nos planos de Canoas mas dormita longe das prioridades para 2023 ou 2024, é a menina dos olhos de uma grande reforma da mobilidade urbana pensada para a capital costarriquenha, San José. E começa, a exemplo de Porto Alegre, pela ligação do Aeroporto Internacional Juan Santamaria, na cidade de Alajuela, a um terminal ferro-rodoviário próximo ao centro de San José. A linha em estudo por lá terá cerca de seis quilômetros de extensão. Para se ter uma ideia, em Porto Alegre a linha tem um quilômetro entre o aeroporto e a estação do metrô.

Marcus Coester, CEO do Aerom, empresa que detém a tecnologia do aeromóvel para o transporte de passageiros, contou ao blog que as conversas com a Costa Rica começaram há cerca de dois anos. Nesse tempo, um consórcio para uma parceria público-privada foi formado, a Movilisa Holding, chefiado por Humberto Ureña, integrante da comitiva que visita o Brasil. Em março deste ano, o contrato para que os estudos começassem foi fechado. “Esse trecho do aeroporto de San José é parte de um ideia maior que envolve cerca de 60km de linhas em toda a cidade. Há cerca de 2 milhões de habitantes nessa região e a Costa Rica pensa muito em sustentabilidade”, conta Coester. “Eles estão na vanguarda do uso de meios de transporte não poluentes na América Latina”.

As características geopopulacionais da Costa Rica favorecem isso. O país se assemelha ao Uruguai, lembra Coester; um território pequeno com apenas uma grande região metropolitana. “Por isso o projeto do aeromóvel lá, diferente do que é no Brasil, foi pensando como um projeto nacional”, explica.

A visita da comitiva costarriquenha incluiu, em São Paulo, as obras da linha que vai ligar o Aeroporto Internacional de Guarulhos às estações dos trens metropolitano. Lá, os trilhos somam 2,7 km – menos de um terço do que será em San José. O grupo também já foi recebido pelo vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, visitou o TecnoPUC – onde a Aerom é uma das empresas parceiras – e a fábrica dos veículos dentro da Marcopolo, em Caxias do Sul, além da Assembleia Legislativa gaúcha, onde foram recebidos pela vice-presidente da Casa, deputada Delegada Nadine Anflor. Eles também conheceram o sistema de propulsão patenteado pela Aerom na sede da empresa, em São Leopoldo, e nesta sexta-feira, 16, devem ser recebidos pelo prefeito da cidade, Ary Vanazzi.

Humberto Ureña, CEO do consórcio Movilisa, está empolgado com o andamento das metas estabelecidas para o aeromóvel. Ele acredita que até agosto tenha o projeto executivo pronto para apresentar ao Ministério dos Transportes da Costa Rica e que até outubro possam anunciar o início das obras. “É um modal verde, sustentável. O transporte público convencional está saturado em todas as grandes cidades da América Latina”, conta. “Nossa expectativa é de que a linha inicial possa atender a cerca de 100 mil passageiros”.

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