Um em cada três que fizeram o teste na cidade tiveram contato com o novo coronavírus: não é hora de afrouxar a tenência
Duas semanas após o Natal e ao fechar os primeiros sete dias de ano, a Covid-19 levou 21 vidas canoenses sem fazer a menor distinção entre defensores do distanciamento ou negacionistas de plantão. É provável que as festas de final de ano, as aglomerações aqui e no Litoral e o quase inocente abraço natalino ainda nos revele dias piores daqui pra frente, mesmo que a gente torça que não.
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Boletim divulgado nesta quinta-feira, 7, pela prefeitura conta que 90% dos 70 leitos clínicos para pacientes com suspeita ou infecção confirmada estão ocupados. Das 43 UTIs, 38 sustentam uma vida pelos respiradores. Só nos últimos dois dias, mais de 500 pessoas foram diagnosticadas com a doença – já são quase 20 mil desde março, praticamente um em cada três dos 59.623 testados no mesmo período.
Assusta mais quando a gente descobre que um infectado costuma espalhar a doença para outros três antes do diagnóstico e para dezenas mais se for assintomático. O ritmo da doença é de enrugar a testa de preocupação, mas o que mais deveríamos temer é a incerteza que a Covid traz: não sabemos quem de nós precisará de um leito cada vez mais disputado, de uma UTI a cada dia mais cheia, da atenção de um profissional da saúde a cada hora mais exausto.
A proximidade da vacina deveria nos trazer esperança, não um 'libera geral' antes do tempo.