Crise do coronavírus

CANOAS | Oposição 2.0 e a polêmica dos números de UTI para Covid

Divergência sobre número de leitos de UTI dedicados à pacientes com Covid mobiliza oposição. Foto: AgBr

Ex-presidente da Câmara compartilha painel do Estado dizendo que Canoas tem 50 leitos de UTI para tratar pacientes com Covid

A declaração do prefeito Jairo Jorge (PSD) de que havia uma divergência no número de UTIs para pacientes em tratamento da Covid-19 em Canoas oriçou a oposição – e não pela primeira vez. Desde a sessão que inaugurou o ano, a extraordinária do dia 1º, que o bloco formado pelo PTB e PP, com o reforço de Alexandre Gonçalves (PDT) e a adesão eventual de Jonas Dellagna (Novo) vem tocando a mesma música. É a Oposição 2.0 que não quer saber de trégua com o governo – nem nos protocolares primeiros 100 dias de gestão.

 

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José Carlos Patrício (PP), ex-presidente e um dos líderes do governo Busato na Câmara, tomou a frente na disputa de narrativas sobre o número de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 em Canoas. Ele defende que a cidade tem 50 leitos intensivos e não 43, como vem divulgando o governo. E para sustentar o que diz, traz ao blog a informação disponível no site do Governo do Estado informando a existência de 112 leitos de UTI em Canoas, sendo 101 público e 11 privados. E outros 192 leitos clínicos fora de UTI.

Nesta sexta-feira, 8, Canoas tinha 37 pacientes Covid internados em UTI e outros 65 em fora dela. Três crianças, também fora da UTI, estava internadas com confirmação de infecção pelo novo coronavírus – segundo o site do Estado.

O problema é que o site do governo gaúcho não deixa claro o que são leitos exclusivos para pacientes Covid e o que serve à outras doenças, como traumas, AVCs e infartos, por exemplo. E abre margem para a interpretação de que o governo – e também o vereador Patrício – têm razão. Canoas pode ter, hoje, 43 ou 50 leitos de UTI para pacientes Covid. Ou mais, se parte dos leitos dedicados à pacientes com outras enferminadades puderem ser direcionados à pandemia, em algum momento.

O grande problema com esses números – e isto está por traz da briga política entre governo a nova Oposição – é que eles interferem direta e decisivamente nos índices do modelo de distanciamento controlado do Estado. E, portanto, na cor da bandeira que rege nossos protocolos. Canoas com 50 leitos de UTI/Covid, por exemplo, está melhor preparada para enfrentar a pandemia e isso ajuda a se enquadrar nos critérios de uma bandeira mais amena. Com 43, a capacidade de atendimento fica mais perto do limite – e a bandeira fica mais severa. 

Os leitos estão lá, tenho certeza. Mas não sabemos se foram mal informados ao Estado, se realmente estão dedicados aos pacientes com Covid ou eventualmente desativados como UTIs por falta de profissionais da saúde – problema que acontece, acredite, mais do que a gente imagina. Ter certeza sobre a quantidade de UTIs não vai dar um ponto para o governo ou para oposição, dependendo de quem estiver certo – mas rumo e direção sobre as urgências da pandemia.

A guerra de versões só interessa à política.

 

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