Grupo de rodoviários que saiu da empresa com acordo de demissão reclamam que depósitos parcelados não foram feitos no prazo
A crise nas finanças da Sogal parece não ter fim. Recém resolvida a questão da greve com a compra de mais de R$ 1 milhão em passagens pela Prefeitura, agora a empresa deixou de cumprir com o pagamento dos acordos de demissão feitos ao longo do ano passado.
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O blog teve acesso a um grupo de 30 rodoviários que esperam desde o dia 30 para receber a parcela de dezembro dos seus acordos. Segundo eles, a empresa ofereceu a demissão em troca de parcelar as verbas indenizatórias em um prazo mais estendido. "Para cobradores, ofereceram R$ 1 mil por mês até o oitavo mês e a partir disso R$ 1,5 mil até que o valor fosse quitado", explica um dos rodoviários que deixou a empresa em setembro. "Para motoritas, R$ 1,5 mil até o oitavo mês e partir disso, R$ 2,2 mil até quitar".
Segundo levantamento dos próprios funcionários, cerca de 260 rodoviários aderiram ao acordo que prevê o pagamento da parcela mensal até o dia 30 de cada mês. A de dezembro, no entanto, não foi paga até esta sexta-feira, 8. Segundo os rodoviários demitidos, se a parcela atrasar mais de 15 dias, é possível pedir o bloqueio dos recursos do Cartão TEU – o do vale transporte dos funcionários da iniciativa privada, por exemplo, que é pago de forma antecipada. E, se ainda assim o recurso for insuficiente, eles podem pedir a penhora de bens – como ônibus, por exemplo.
O blog tentou mais de uma vez na sexta e no sábado contato com a empresa para pedir um posicionamento sobre a questão, mas não obteve retorno. Em um comunicado ao Sindicato dos Rodoviários, a empresa culpou a pandemia e a redução do número de passageiros transportados pela queda no caixa – o que teria resultado no atraso. Estima-se que a Sogal tenha perdido 60 mil dos 130 mil usuários do transporte coletivo todos os dias.
Na terça-feira, 12, vence o prazo do acordo judicial assinado junto com o Sindicato e a Prefeitura para quitar a primeira das três parcelas de 13º e outros benefícios atrasados do ano passado aos funcionários da ativa.