BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Desistência de Márcio Freitas põe no comando do impeachment o único que ‘não arreda o pé’ da cassação de Nedy; o rodízio do caos

Juares Hoy foi sorteado na quarta rodada após dois vereadores declinarem e um estar impedido porque o partido já estava representado na comissão. Foto: Divulgação/CMC

Entre sorteados que ‘declinaram’ e escolhidos que ‘renunciaram’, um terço da Câmara já passou pela comissão processante que analisa o impeachment de Nedy de Vargas Marques

Na tarde de terça-feira, 30, pouco antes da sessão da sessão da Câmara de Canoas começar, um ofício do gabinete do vereador Márcio Freitas (Avante) indicava que, pela terceira vez, o plenário teria de fazer um sorteio complementar para formar a comissão processante que analisa o pedido de impeachment do vice-prefeito, Nedy de Vargas Marques. Antes dele, os relatores Jozir Patteta (PSD) e Leandrinho Moreira (PSD) também já haviam renunciado.

No novo sorteio, Juares Hoy (PTB) restou o escolhido após quatro rodadas em que Airton Souza (MDB) não pode aceitar por que o partido já tem um integrante na comissão, Eracildo Link; e depois que Patteta, sorteado mais uma vez, e o Pastor Duarte, do Republicanos, ‘declinaram’. Entre todos os que já foram sorteados e saíram, Juares é o único abertamente contrário à cassação de Nedy – votou pelo arquivamento da denúncia em 25 de abril e costuma culpar o paço pelo interesse em tirar o mandato do vice.

Por outro lado, a comissão agora é encabeçada por Emílio Neto (PT), notório desafeto de Nedy.

Emílio foi escolhido presidente porque Márcio exercia essa função e, com a renúncia, coube nova escolha. Link assume a tarefa de relator e Juares será o membro. Curioso é que a processante se assemelha bastante a um inquérito e acabou composta por dois policiais aposentados – Juares e Link; além de Emílio, advogado por formação.

Apesar do ‘jogo de caos’ em que se transformou a composição da processante, com a média de uma renúncia a cada semana de trabalho, a atual formação tem tudo para ser perene. Só não dá para garantir nada. Em política, tudo muda – os interesses e as vontades, principalmente. Por que em Canoas seria diferente?

Na manhã desta quarta-feira, 31, a comissão já se reúne para organizar a agenda de depoimentos. As datas estão aprazadas e as oitivas devem começar pelas testemunhas arroladas pela acusação. Depois, será a vez dos indicados pela defesa. Destaque, aqui, para os depoimentos solicitados por Nedy do promotor Rafael Russomano, do Ministério Público de Canoas, e do prefeito Jairo Jorge, que deve ser último a ser ouvido, no final do mês de junho.

Todos atentos, ainda, a possibilidade cada vez mais crescente de que Nedy entre com um mandado de segurança contra decisões da processante e da própria Câmara em relação ao processo. É um direito que ele tem – e sabe usar.

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