BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Em dia de ‘entradas e saídas’, governo completa segundo e terceiro escalões; a hora de separar governo e oposição chegou

Câmara reflete composição do governo: hoje, base conta com 18 votos em plenário. Foto: Arquivo/Divulgação CMC

Diário Oficial desta terça trouxe nomeações e exonerações que refletem nova conformação política do governo Jairo Jorge

Política, futebol e novela.

Governo Jairo Jorge conclui entre o final da semana passada e esta a composição dos segundos e terceiros escalões do governo. O plano era completar as equipes e por ‘a máquina para funcionar’ à máxima velocidade. Mário Cardoso, secretário de Relações Institucionais, bateu com o prefeito os nomes, incluindo os que o próprio JJ convidou – Guto Lopes, do PT de Viamão, por exemplo, que assumiu uma função na Assessoria Superior do gabinete e deve cuidar das iniciativas de participação popular e o novo OP de Canoas. A primeira leva de nomeações e exonerações está no Diário Oficial desta terça, 22. E avança mais, em seguida.

Eram essas as definições que faltavam para ficar mais claro quem será governo, quem será oposição e quem seguirá à procura de um lugar ao sol onde melhor convier. Pelas contas do blog, a base aliada chegará a 18 votos de 21 na Câmara; três ficam na Oposição, pela lógica. O quadro, no entanto, não é cabal: além das adesões e rupturas a que as relações políticas sempre estão sujeitas, a proximidade de 2024 e as parcerias que darão os contornos das eleições vão influenciar nas cadeira lá e acolá.

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Hoje, diria que a base começa com Emílio Neto (PT), Jefferson Otto (PSD) e Cris Moraes (PV). O segundo pelotão vem com Gilson Oliveira (Avante), Airton Souza (MDB), Dr. Laércio (Podemos), Pastor Duarte (Republicanos), Leandrinho (PSD), Aloísio Bamberg (PP), José Carlos Patrício (PP), Jonas Dalagna (Novo), Eric Douglas (PTB), Patteta (PSD), Maria Eunice (PT), Alexandre Gonçalves (PDT), Eracildo Link (MDB) e Adriano Agitasamba (PL). Márcio Freitas (Avante) completa a lista.

Do outro lado, sobram Juares Hoy (PTB), oficialmente o líder da Oposição; Abmael Oliveira (Solidariedade), fiel escudeiro de Nedy de Vargas Marques; e um improvável César Mossini (MDB).

Ocasionalmente, essa conformação pode mudar.

O PP tem conversas adiantadas com Jonas para filiar o vereador na janela de março do ano que vem. A relação dele com o Novo subiu no telhado – até um mal explicado processo de expulsão Jonas responde por dizer algumas verdades à cúpula do partido no Estado. Jonas está disposto a concorrer a prefeito em 2024 e pode ser a primeira defecção na lista. Líderes políticos do governo tentam convencer o PP a abandonar a manjada tática de ter candidato no primeiro turno para apoiar quem estiver melhor no segundo, como aconteceu em 2020 e 2016, por exemplo. A conferir.

O processo de impeachment a que o vice, Nedy, responde não deve provocar uma dança das cadeiras entre situação e oposição, mas se envolve na composição da base por uma razão bastante peculiar. O blog apurou que um interlocutor de Nedy conversou com pelo menos um vereador da base, mas ouviu um ‘não’ – o que não quer dizer que todos terão a mesma atitude. O momento da política, como disse, exige por um olho em 2024; vereadores desconfortáveis com seus partidos procuram alternativas para garantir a renovação do mandato e isso, não Nedy, pode descolá-los da base se eventualmente for conveniente. Se Nedy finalmente escolher um partido viável para seguir na política pós-Avante, há uma chance de adesão.

Por fim, tanto Juares quanto Abmael e Mossini não estão proibidos de diálogo com o passo. Juares, por exemplo, deve filia-se ao União Brasil em março já que o PTB afundou como cabeça de ema no pasto; se lembrarmos da parceria Busato/JJ em curso, mesmo que siga com o discurso de Oposição, Juares pode inaugurar um campo novo no espectro político, aquele dos que criticam e votam a favor, por vezes.

A ‘oposição que conversa’, aliás, é onde quer estar César Mossini, figura emblemática desse MDB de Canoas em que a onda é o ‘cada um por si’. O problema é que a política tem muito de futebol e novela – pelo imponderável de um; e pela mudança de climax, da outra. E como me disse a sempre atenta Iara Gonçalves, importante que “tudo pode mudar porque o autor ou autora está sempre mexendo na novela”.

São nessas mexidas que se arruma o time, reservas se escalam e titulares amargam o banco.

Sempre a conferir.

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