Ex-secretário que deixou Jairo Jorge para abraçar o PL bolsonarista em dezembro do ano passado está na disputa por uma vaga na Câmara de Canoas
Felipe Martini é candidato a vereador.
O ex-secretário e ex-‘ficha 1’ de Jairo Jorge no início do atual mandato aproveitou a desistência de um postulante do PL e pediu o registro de sua candidatura na semana passada, 10 dias após o início da campanha eleitoral. Está atrasado, mas não vê isso com o um problema. “O retorno que estou tendo das pessoas e de diversas lideranças da cidade é muito positivo”, disse ao blog.
Na sexta, 30, Felipe era um dos candidatos a encorpar o ato de lançamento da candidatura de Airton Souza, com quem disputou a indicação para concorrer a prefeito. “Acho que teria totais condições de representar o projeto do PL para a cidade, mas isso está resolvido e o candidato é o Airton”, assevera. “Da minha parte, concorro a vereador por entender que não podemos fugir às responsabilidades nesse que é o pior momento da nossa cidade”.
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A candidatura de Felipe Martini tem a dupla missão de sepultar internamente a desconfiança do bolsonarismo como neo-aliado que recentemente figurava na cidade como parceiro de Jairo Jorge, embora ele tenha histórico de relação com partidos de direita e se posicione como um conservador liberal desde os tempos em que liderava o PSDB na cidade. A segunda tarefa desta empreitada é ‘mostrar tamanho’: Martini é inegavelmente uma liderança, mas lhe falta o mandato para mostrar a fatia da sociedade que representa legitimamente no voto.
Não é pouca coisa, mas de um nome construído como o dele, não se pode duvidar de que seja capaz. O risco, óbvio está, é o naufrágio: Martini não o direito de errar ou perecerá na ilha deserta do isolamento politico com tantos outros em situações semelhantes.
Para encerrar — se isso serve de alento para Martini —, quando soube da candidatura dele lembrei na hora dos vinhos feitos com uvas de colheita tardia. São elas que produzem os vinhos mais doces.