Governo chamou Sogal ao gabinete para apresentar plano que custeia parte das gratuidades em troca de manter passagem a R$ 4,80 por mais um ano
Vai dar polêmica? Vai. Sogal, preço da passagem e subsídio são, por si só, 'elementos incendiários' em qualquer frase. Mas, de qualquer modo, não dá para fugir da realidade – e ela diz que, sem subsídio, a passagem dispara; passageiros diminuem; e o caos do transporte público só aumenta.
A exemplo do que vinha fazendo Jairo Jorge, o prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques anunciou nesta quarta-feira, 27, que manterá a política de subsidiar o sistema de transporte para evitar que os ônibus parem pelas ruas da cidade. Desta vez, a fórmula encontrada é outra: a Prefeitura fará o pagamento de 50% da gratuidade dada aos estudantes e metade da segunda tarifa de integração – que acontece quando o passageiro pega outro ônibus municipal em menos de 90 minutos.
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A prefeitura não divulgou o valor final do subsídio, mas afirma que, com ele, a passagem não aumenta. Pelos cálculos apresentados pela Secretaria de Transportes, a 'tarifa técnica' – aquela que aponta quando seria o valor real da tarifa – já estaria em R$ 5,30 em 2022. De um ano para cá, o preço do diesel disparou – que é o principal insumo do transporte público. Além disso, motoristas e cobradores estão há dois anos sem reajuste num período em que a inflação passou a galope e o custo de vida é nitidamente mais caro do que antes da pandemia.
“Com todos os esforços que temos feito, vamos conseguir manter o valor atual de R$ 4,80. Também estamos garantindo a manutenção da meia passagem para estudantes e da segunda passagem gratuita”, sinaliza, Nedy de Vargas Marques. O chefe do Executivo ainda enfatiza: “o transporte coletivo é prioridade da gestão desde o dia 1º de janeiro de 2021, quando assumimos a Prefeitura. Vamos trabalhar fortemente para buscar a redução dos custos e a melhoria da qualidade do transporte, com maior oferta de linhas e horários para atrair mais passageiros”.
Verdade. Quando assumiu, em janeiro de 2021, JJ anunciou no primeiro dia de governo a compra de passagens em meio a dias de greve no transporte coletivo da cidade. O movimento debelou a paralisação, mas o governo acabou preso à necessidade de custear parte do serviço até que uma nova licitação seja feita, o que já está marcado para acontecer no final do ano que vem.