Balanço divulgado pela instituição contabiliza avanços em procedimentos antes represados
Desde o final de outubro, o Hospital Universitário vem intensificando os mutirões de cirurgias eletivas, conforme informou a instituição em comunidade à imprensa na manhã desta terça-feira, 14. O objetivo, segundo a direção do hospital, Mauro Sparta, é aumentar o número de atendimentos e diminuir a espera pelos procedimentos.
O avanço nos mutirões é uma boa notícia para quem depende do SUS na cidade, mas também para o HU. O hospital enfrenta uma crise financeira arrastada e potencialmente perigosa. Arrastada porque não começou ontem; perigosa porque pode culminar em fechamento de serviços, especialmente se os repasses do Programa Assistir seguirem sua trajetória de cortes.
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Nunca é demais lembrar que o HU serve de referência em Média e Alta Complexidade para mais de 150 municípios do Estado, é a maior maternidade da região depois do Grupo Hospitalar Conceição e tem, sozinho, mais leitos públicos do que a maioria dos hospitais da capital – o próprio Conceição, por exemplo, tem 60 UTIs enquanto o HU conta com 80 leitos intensivos. O tamanho, a capacidade e a operação do HU serviram de argumento para que Canoas pudesse ampliar o repasse de recursos federais pelo Teto MAC, como o blog contou no post CANOAS | 1 a 0 contra a crise: em Brasília, JJ recebe ‘ok’ de que o Teto MAC vai aumentar; é o ‘milhão a mais’ para os hospitais na preliminar da revisão do Assistir.
A informação sobre os mutirões chega a uma semana da data em que se espera uma mudança concreta no Assistir. Em reunião com prefeitos ainda em outubro, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, disse que até o dia 20 de novembro deve apresentar um plano alternativo que evite os cortes do Assistir programados para janeiro do ano que vem.
Caso sigam como estão, Canoas perde mais R$ 2,4 milhões em janeiro e, inevitavelmente, terá que cortar serviços tanto no HU como no Hospital de Pronto Socorro, o HSPC.
Os mutirões do HU correm na contra-mão dos cortes do Assistir e não deixam de representar um esforço da equipe médica, profissionais de saúde e da gestão para mostrar que o caminho é qualificar o serviço e otimizar o desempenho administrativo o hospital, não minguar o financiamento à tesouradas.
É um caminho, pelo menos.
Mutirões: as primeiras especialidades
1. Hérnias e vesículas: O cronograma iniciou pelo mutirão de hérnias e vesículas. Até a data de hoje já foram realizados 60 procedimentos cirúrgicos em apenas 20 dias.
2. Cateterismo: De 09 a 13 de novembro aconteceu o mutirão de cateterismo atendendo a demanda da Secretaria Estadual de Saúde. Foram realizados 24 atendimentos em 5 dias. Os procedimentos de rotina seguem no setor de hemodinâmica que bateu recorde de produtividade no mês de outubro. Com 295 atendimentos, o setor do HU teve o melhor desempenho dos últimos 22 meses. São realizados, em média, 10 procedimentos por dia.
3. Ginecologia, pediatria e traumatologia: Ainda dentro da programação de atender às demandas de outras especialidades, estão sendo preparados novos mutirões para os dois últimos meses do ano. Ainda para novembro irá acontecer o atendimento da área de pediatria.
Em dezembro os setores de ginecologia e traumatologia serão as especialidades que receberão os seus mutirões.
4. Bariátricas retomadas: Outra demanda muito cobrada pela população foi retomada e segue normalmente com o seu cronograma. As cirurgias recomeçaram dia 30/10. Já foram realizados 5 procedimentos, com meta de manter o atendimento de dois a três pacientes por semana, além dos atendimentos ambulatoriais com a equipe multidisciplinar.
Lembrando que o preparatório para esta cirurgia exige avaliação e orientação de uma equipe multidisciplinar antes da autorização.
Com informações da Assessoria de Imprensa do HU.