Polícia da Saúde

CANOAS | JJ abre sindicância para apurar frascos vazios que foram alvo de ação policial; certezas e dúvidas sobre a denúncia

Operação da Polícia ocorreu pela manhã na Secretaria da Saúde no Centro de Canoas. Foto: Reprodução Redes Sociais

Secretaria da Saúde foi alvo de uma operação do DEIC na manhã desta sexta feita a partir de denúncia que causou estranheza no governo

 

Quem passou por lá, viu: o carro do Departamento Estadual de Investigações Criminais – DEIC da Polícia Civil bem na frente da Secretaria da Saúde em Canoas era o 'jabuti no poste' na manhã desta sexta-feira, 18. Policiais chegaram ao prédio antes do início do expediente para apurar uma denúncia que, segundo a Prefeitura, envolve cinco caixas com frascos vazios da vacina contra a Covid-19 encontrados em local inapropriado, de acesso restrito à equipe de limpeza da secretaria.

Essa é, até agora, a única certeza sobre a investigação.

O blog tentou contato com o DEIC, mas ainda não há informações sobre a operação, itens apreendidos ou envolvidos no caso. Só a confirmação da operação e de que há uma investigação sobre o caso em andamento. Só isso.

 

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Ao saber da operação, o prefeito Jairo Jorge determinou a abertura de uma sindicância para apurar o caso. Em nota, a prefeitura informou que os frascos vazios de vacina não são recolhidos à Secretaria da Saúde, mas por uma empresa terceirizada que dá destino final ao material. Esse tipo de frasco precisa ser submetido a um tratamento especial antes de ser depositado em aterros sanitários – o mesmo acontece com resíduos hospitalares ou material contaminado. Por isso, é estranho que tenham sido localizados dentro da Secretaria da Saúde quando deveriam ter sido recolhidos pela terceirizada diretamente nos pontos de vacinação.

O governo lembrou, em nota, que há um ano um caso semelhante também aconteceu na cidade. Logo após um dos drives de vacinação no Parque Eduardo Gomes, em meados de fevereiro, sacos com cerca de mil seringas novas e abertas foram encontrados no lixo diferente do procedimento determinado pelas orientações da própria pasta. A Secretaria da Saúde, na época, recolheu os insumos e deu o destino correto a eles, que fazem parte do material hospitalar perfuro-cortante – e o descarte adequado é feito em caixas coletoras de papelão reforçado, com posterior inutização. Um boletim de ocorrência foi registrado logo após o episódio que segue sob investigação da Polícia Civil.

Não sem razão, prefeitos e secretários puseram as orelhas em pé: estranho, convenhamos, é.

Desta vez, a sindicância ou a própria Polícia precisam responder quem levou os tais frascos vazios até a Secretaria da Saúde e, principalmente, com que motivo. Repito o caso do 'jabuti no poste' porque me parece a analogia perfeita: pouco adianta se espantar com a polícia na frente da secretaria ou o anfíbio nas alturas; a resposta que me parece necessária nesse momento é como jabuti e os tais frascos vazios foram parar lá.

Confira, a seguir, a íntegra da nota da prefeitura sobre o episódio:

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO 
Prefeitura de Canoas

A Prefeitura de Canoas foi surpreendida, na manhã desta sexta-feira, 18 de fevereiro, por uma ação de busca e apreensão feita pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil (DEIC) na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Fruto de denúncia com fotos, inclusive, os policiais procuravam por frascos vazios de vacinas, que estariam na sede da SMS. 

Ocorre que a Secretaria da Saúde nunca armazenou frascos vazios de vacinas, pois o recolhimento é realizado por empresa terceirizada, que passa em todas as Unidades de Saúde periodicamente. O que causa estranheza é que não há razão e tampouco  autorização para estes insumos estarem na SMS, especialmente onde as 5 caixas foram encontradas: um local onde somente os funcionários da higienização têm acesso.

Também chama a atenção da Prefeitura que o fato ocorra um ano após uma investida que tentou, como esta, criminalizar o Executivo Municipal. Naquele 20 de fevereiro de 2021, após um drive thru de vacinação no Parque Eduardo Gomes, foram colocadas 1.000 seringas e agulhas novas com embalagens abertas dentro de sacos de lixo, prática totalmente diversa à da Secretaria da Saúde que recolheu todos os materiais utilizados no evento. Em função do fato, a Prefeitura registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil e aguarda a conclusão das investigações. 

Tão logo tomou conhecimento da situação nesta manhã, o prefeito Jairo Jorge determinou a abertura imediata de sindicância, a fim de apurar como estas caixas foram plantadas na Secretaria da Saúde e quem foi o responsável pelo ato. Da mesma forma, colocou o Governo à disposição da Polícia Civil para colaborar com todas as diligências necessárias.

A Prefeitura lamenta este episódio, que novamente quer incriminá-la, num momento em que a única preocupação de todos deveria estar voltada à saúde dos canoenses.

O prefeito Jairo Jorge reitera que confia no trabalho policial e que, no âmbito que lhe compete, buscará responsabilizar quem praticou a ação.

 

 

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