Meta da nova estrutura é dar sincronismo no atendimento aos recuperados da Covid-19 em especialidades distintas
Canoas abriu nesta quarta-feira, 2, o primeiro Ambulatório Pós-Covid de toda a região metropolitana. A estrutura pioneira, que ocupa um espaço reformado recentemente no Hospital Nossa Senhora das Graças, é destinada ao atendimento de pacientes recuperados da Covid-19, mas que apresentam sequelas em razão da doença.
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"Teremos aqui pneumologista, cardiologista, neurologista, fisioterapeuta e fonoaudiólogo", explica o prefeito Jairo Jorge, que dedicou a primeira agenda da manhã para conhecer o espaço. "Mais adiante, podemos agregar psicologia e psiquiatria também".
Ainda não há uma estimativa da demanda pelo serviço, mas os números indicam que 10% dos casos de contaminação por Covid-19 desenvolvem agravantes, inclusive com internação, por vezes em UTI. Canoas fechou o dia 1º de junho com 39,4 mil recuperados, o que indica cerca de 4 mil pessoas sujeitas à sequelas da doença. E mesmo quem não desenvolveu sintomas graves ou foi assintomático não está livre de um quadro de doenças pós-Covid.
"O principal atributo aqui é a sincronia de atendimento. Em um só lugar, várias especialidades que se completam", disse o secretário de Saúde, Maicon Lemos. Ele inagurou o primeiro ambulatório do gênero em Rio Grande, no final do ano passado, quando ocupava a função por lá. "Esse é um ambulatório diferenciado e muito necessário. Se a pessoa se trata com um pneumologista e precisa de uma avaliação com um cardiologista, às vezes tem que esperar meses, até anos pela consulta. Aqui isso estará centralizado".
Além disso, o Hospital Nossa Senhora das Graças dará todo o suporte ao atendimento, com exames e laboratório, por exemplo.
Saúde: em cinco meses, o dobro do marco legal
Jairo Jorge revelou, ainda, que em cinco meses de governo, a área da Saúde já recebeu R$ 242 milhões em investimentos da Prefeitura para uma arrecadação total de R$ 790 milhões, ou seja, 30,6% do que entrou nos cofres municipais de janeiro até agora. Em outras palavras, quase 1 em cada 3 reais arrecadados foram gastos na Saúde.
A obrigação legal de gastos com a Saúde é de 15% para os municípios, o que tem se mostrado insuficiente diante de uma pandemia da proporção que o coronavírus implica. "E, veja: não recebemos recursos federais extraordinários, como aconteceu no ano passado", lamenta o prefeito.
"No Hospital Nossa Senhora das Graças, por exemplo, já aplicamos R$ 34 milhões. R$ 73 milhões foram para o HU", conta o prefeito. O Pronto-Socorro recebeu, ainda, R$ 56 milhões e a atenção básica em Saúde, R$ 36 milhões, segundo informações da Prefeitura.
"Precisamos nos preparar porque possivelmente haverá uma nova onda e que vai nos exigir capacidade de atendimento e internação", antecipa Jairo, repisando o tema já aberto pelo secretário Maicon Lemos em entrevista ao blog, semana passada.