Vereador renunciou à comissão processante alegando ‘falta de tempo’: o que pode ser mais importante, neste momento, do que discutir se o vice deve ou não perder o mandato?
Rei morto, rei posto.
Com a renúncia de Jozir Bernardes, o Patteta (PSD), Leandrinho (PSD) foi sorteado novo integrante da comissão processante que analisa da denúncia e o pedido de impeachmente contra o vice-prefeito, Nedy de Vargas Marques. Em seguida, os demais integrantes da comissão, Márcio Freitas (Avante) e Eracildo Link (MDB) elegeram Leandrinho para relatoria do grupo: é ele quem vai, ao cabo, produzir o documento que apontará a cassação ou o arquivamento do processo que Nedy responde.
A renúncia de Patteta, no entanto, pode ser um tiro no pé do vereador – e mais um elemento na já muito ‘judicializável’ comissão processante. Ele alegou ‘falta de tempo’ para se dedicar à comissão no ofício encaminhado ao presidente da mesma, Márcio Freitas, e que foi lido em plenário nesta quinta-feira, 18 – um dia depois de Nedy ter entregue sua defesa prévia em mais de 5,5 mil páginas. O problema é que Patteta está dizendo não ter tempo para fazer o que a lei manda que o vereador faça.
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Nos corredores da Câmara, dá-se como certo que o motivo por trás do ‘falta de tempo’ foi o receio de que o processo tenha ganhado muitas camadas de casca grossa com a defesa apresentada por Nedy. Habilidoso advogado, o vice recheou sua primeira manifestação oficial à processante pontos que podem – e devem – ser judicializados. Não duvido, inclusive, que a desistência de Patteta seja uma delas.
Pelas regras do Decreto-Lei 201 de 1967, que rege os processos de cassação de prefeitos, vices e vereadores, qualquer parlamentar pode declarar impedimento para participar da comissão – mas só antes do sorteio. Não há previsão legal para desistir após o sorteio, muito menos depois da comissão formada.
Se fosse por motivo de saúde, vá lá: mas falta de tempo, convenhamos.
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