Vice segue disposto a filiar-se ao PL, mas uma complicação da recuperação de uma recente cirurgia ao impede de estar em evento em Esteio
Nedy de Vargas Marques não estará no ‘eventão’ do PL nesta sexta, 17, em Esteio, para filiação de um batalhão de novos aliados que vão ao Parque Assis Brasil às 15h bater continência ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nedy não vai não porque tenha mudado seus planos: é que o vice-prefeito de Canoas está, de novo, no hospital.
A família ainda não se manifestou sobre o assunto e, portanto, é preciso cuidado nas especulações. O que se sabe é que Nedy fez um procedimento cirúrgico no coração em outubro, quando saiu de férias, e não teria tido intercorrências importantes. Durante a recuperação, no entanto, contraiu uma bactéria que o obrigou a um tratamento à base de antibióticos e repouso, inclusive com prorrogação do período de internação. Reza a lenda que foi aí que dona Sádia, esposa de Nedy, teria ‘confiscado’ o celular do marido para evitar que, mesmo acamado, seguisse ligado nos ‘220 volts da política’ canoense.
Já em casa, o contratempo da vez foi outro.
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Um dos pontos da cirurgia não cicatrizou bem e o médico entendeu que era preciso uma nova internação. A alta, segundo informações extraoficiais, repito, está prevista para o início da semana que vem. É quando Nedy pretende retomar as funções de vice-prefeito e seguir as articulações com o PL, com um olho na própria recuperação e outro em 2024.
As informações que compartilho neste post não são exatamente novas, mas em respeito à família, que preferiu não dar entrevistas durante o período de internação de Nedy, o blog não especulou coisa alguma publicamente. Os políticos, em sua maioria, optaram por outro caminho. E é aí que começa a ficção: já disseram que Nedy é o ‘novo Trancredo’, o primeiro presidente civil eleito após a Ditadura Militar e que acabou internado na noite anterior à posse por conta de uma diverticulite. Mais tarde, se descobriu um câncer avançado no intestino de Tancredo, mas a informação foi mantida longe do público para evitar um revide das cúpulas militares em direção a um novo período de autoritarismo.
Tancredo morreu em 21 de abril de 1985, 36 dias depois do 14 de março em que foi internado no Hospital de Base de Brasília.
A comparação com Nedy não tem a ver com o resultado do caso, mas com a tática adotada: se não estão dizendo nada, deve ser grave, não é? Bom, não é bem assim. A família preserva Nedy nem tanto pela gravidade de sua situação e mais pela posição política que ele ocupa. Ele próprio – e quem o conhece deve concordar comigo – pretende anunciar que está bem, de voz própria, quando puder regressar às atividades do cotidiano. O que acontece, então, é que esse momento não chegou ainda – como parece não ter chegado, ainda, o dia do aperto de mão entre o vice o ex-presidente capitão.
Entre as especulações e toda a ficção criada em torno do caso, lembro uma famosa frase de Winston Churchill, ex-primeiro ministro do Reino Unido e um das principais mentes por trás da derrota do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial; vale para quem já entregou Nedy à forca e à foice, vale também para quem simula que nada está acontecendo: “a verdade é teimosa”.