Sogal, Prefeitura e Sindicato dos Rodoviários chegaram a um acordo: socorro à empresa será de R$ 795 mil, mas com obrigações
A semana tensa na Armando Fajardo se aproxima do fim com a assinatura do acordo para um novo socorro finaceiro à Sogal nesta quinta-feira, 8, por Prefeitura, empresa e Sindicato dos Rodoviários. O documento, que blog teve acesso, prevê o repasse de R$ 795 mil por parte da Prefeitura à Sogal, com a primeira parcela de R$ 600 mil sendo depositada ainda na sexta; o restante será pago em três parcelas de R$ 65 mil cada, sempre no dia 25.
LEIA TAMBÉM
CANOAS | Vicasa encerra operações: trabalhadores serão demitidos
Em troca, a Sogal se compromete a manter a gestão submetida à Junta Governativa, a criar mais três linhas de transporte seletivo até o final de julho e a criar dez novas linhas rápidas ainda em agosto. A empresa tem, ainda que cobrar até o final do ano uma dívida levantada pela Junta que soma R$ 614 mil junto à Vicasa, que encerrou as atividades ontem.
Todo o recurso financeiro disponibilizado à empresa, segundo o acordo, deve ser utilizado para o pagamento de salários e benefícios em atraso, e a retomada do valor do vale-refeição a partir de agosto. Enquanto isso, o Sindicato deve garantir que a categoria não vai parar o serviço pelos próximos 90 dias.
O governo ainda vai enviar à Câmara um projeto de lei oferecendo isenção de ISSQN à Sogal e já enviou ao Conselho Municipal de Transporte, CMT, a nova planilha de custos com o reajuste de 20 centavos no valor das passagens. Se for aprovado na votação que deve acontecer na noite de sexta, 9, a tarifa comum vai passar de R$ 4,60 para R$ 4,80 e a dos seletivos de R$ 5,10 para R$ 5,30.
Sem nova mistura
Uma das cláusulas do novo acordo pretende evitar que a Transcal se torne uma nova Vicasa na vida da Sogal. De acordo com o documento, cabe à Sogal tomar medidas que impeçam a disputa por passageiros entre os seus ônibus e do nova operadora das linhas intermunicipais concedidas até então à Vicasa.
Essa relação umbilical entre a Vicasa e a Sogal é apontada como um dos fatores da crise do transporte canoense. Logo nas primeiras reuniões da Junta Governativa, os integrantes do colegiado perceberam a necessidade de 'separação de corpos' entre as empresas: além do mesmo espaço físico, eram usadas a oficina e o almoxarifado da Sogal para abastecer as necessidades da Vicasa, o que empurrava os custos do transporte municipal para cima.