Vice-prefeito está de malas prontas para desembarcar no PL e concorrer ao governo no ano que vem, mas deputado federal da sigla disse que veta porque Nedy foi de Lula em 2022
Parecia tranquila – e resolvida – a ida de Nedy de Vargas Marques para o PL e sua virtual candidatura a prefeito no ano que vem. Depois de dançar um baile de longos meses com o PSDB de Lucas Redecker e Eduardo Leite, o vice deu uma rodopiada pelo salão e caiu nos braços de Giovani Cherini – metaforicamente, é claro. O presidente do PL gaúcho pôs sobre a mesa a pesquisa que 10 em 10 políticos comentam nos bastidores e que revela a capacidade de influência sobre o voto dos canoenses do ex-presidente Jair Bolsonaro. Coisa de 4 em cada 10 dispostos a dar um ‘talquei’ nas urnas a quem o capitão indicar. Bolsonaro, só lembrando, fez 60% dos votos para presidente em Canoas, ano passado.
Para um candidato viável, é uma baita ‘arrancada’.
Mas a vida e a política não são o ‘melzinho na chupeta’ que Cherini ofereceu a Nedy há poucas semanas. Além do problema de que a influência sobre o voto de uma eleição local, em que se discute a zeladoria da cidade, não ser automática em se tratando de lideranças nacionais, o partido também tem as suas próprias crises internas para superar. Uma delas atende pelo nome de Alcebio Mesquita Nunes, mas só responde se for chamado de Bibo. Jornalista de ofício famoso por ser um ‘criador de casos’ contumaz, a ‘DR’ da vez de Bibo Nunes com o PL é exatamente a respeito da filiação do vice canoense. Para ele, Nedy é Lula e, portanto, incompatível com o bolsonarismo.
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Políbio Braga, colunista de política porto-alegrense, postou nesta quinta-feira, 5, que Bibo pretende levar o caso à direção nacional para barrar Nedy. Não duvido. Bibo tem um print de um post ainda ativo nas redes sociais em que Nedy aparece em um encontro com petistas no segundo turno das eleições presidenciais. Na época como prefeito em exercício, até com Lula esteve. E se não fez campanha aberta para o petista, tampouco prestou continência ao capitão.
Por certo, o acordo de Nedy com Cherini tem tudo para ser mantido, mesmo sob o olhar reprovador e um eventual beiço que faça Bibo Nunes. Cherini tem o aval da presidência nacional do PL e do controverso e todo-poderoso Waldemar da Costa Neto para os movimentos que faz. É, ainda, aliado de Onyx Lorenzoni, o principal cabo eleitoral do bolsonarismo em terras gaúchas e, por consequência, do próprio capitão e ex-presidente. As ‘reinações’ de Bibo, no entanto, põe um alerta sobre onde o vice com pretensões de ser prefeito está ponto o braço: cuidado com o saco de gatos, Nedy!
Se ignorar o ‘unabomber’ Bibo, Nedy será perseguido por ele; Bibo gosta de criar o caos para transitar sobre a polêmica. Prefere fazer política assim – e não na base da conversa ao pé do ouvido, como Nedy está acostumado.
Haverá desdobramentos.
