Ex-prefeito de Canoas foi confirmado nesta terça-feira, 9, no primeiro escalão de Eduardo Leite: posse deve ser na semana que vem
Luiz Carlos Busato (PTB) tem um novo desafio. E está motivado. Depois de uma série de conversas que começaram ainda em fevereiro, o ex-prefeito de Canoas aceitou a missão dada pelo governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB) e assume a Secretaria de Articulação com os Municípios, até agora comandada por Agostinho Meirelles.
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"A posse deve acontecer na semana que vem, agora houve só a confirmação. Mas já estamos trabalhando. Inclusive já fiz reuniões de transição com o secretário Agostinho", explica.
A nomeação de Busato deve iniciar um processo de profunda reestruturação da pasta. A secretaria deixa de se chamar 'Articulação com os Municípios' e passa a ser conhecida como 'Desenvolvimento Regional'. A Metroplam, que hoje é uma fundação, vira um departamento sob o guarda-chuva institucional de Busato. E o ex-prefeito deve herdar ainda a Trensurb.
"A articulação com os municípios segue aqui. Inclusive um dos primeiros prefeitos que eu vou procurar é o Jairo Jorge em Canoas", adianta. "A eleição passou, não tem terceiro turno e, acima de tudo, somos canoenses". E a conversa já tem inclusive assunto: Busato vai ajudar Eduardo Leite no diálogo com os governos municipais sobre a recuperação do Estado no pós-pandemia. "Enfrentar o coronavírus é a prioridade número zero. Vou sentar com o Jairo e encontrar um caminho que seja bom".
Na conversa com o blog, Busato adiantou uma série de missões que o governador Eduardo Leite deu a ele no convite para assumir a secretária. Confira, com a análise do blog:
1. Contenção de cheias
É um desafio. Busato deve atuar agora na execução de obras planejadas ainda no tempo em que ele foi secretário de Obras, entre 2010 e 2014, na gestão de Tarso Genro (PT). São intervenções ao longo dos rios Gravataí, Sinos, Caí, Arroio Feijó e em Eldorado do Sul. Alguns com projetos já prontos, outros por definir. "A vivência que tivemos em Canoas na contenção de cheias contou nessa hora", lembra o ex-prefeito.
2. Transporte metropolitano
É uma das broncas e talvez a prioridade de Busato no pós-pandemia. Caberá a ele discutir alternativas para o transporte de passageiros nas regiões de maior densidade urbana, como a de Porto Alegre, de Caxias do Sul e Pelotas, além do Litoral. Acrescentaria, também, a área de Santa Maria, que vem se tornando uma quinta região metropolitana no Estado. "Precisamos encontrar soluções modernas, viáveis, inteligentes. E vamos construir isso com os municípios", conta Busato.
O novo secretário ainda deve herdar a privatização da Trensurb. Ano passado, o ministro Paulo Guedes havia informado que a intenção do Governo Federal é entregar a empresa ao Estado para ser vendida. Desde 2019, a União já vem reduzindo o subsídio às passagens do trem, que saltou de R$ 1,70 para R$ 4,20 em pouco mais de um ano. Ao se concretizar essa negociação, a Trensurb entraria imediatamente no programa de privatização do Estado, sob os olhos de Busato. "Estamos tomando pé disso, mas o governador já adiantou que esse será o caminho".
3. Resíduos sólidos e lixo
Desafio. Busato assumirá a missão articular com os municípios, especialmente os da região metropolitana da Capital, uma solução conjunta para o destino do lixo produzido aqui. "Hoje, por exemplo, Canoas está mandando seu lixo para Minas do Leão. É caro e longe", lembra.
As alternativas são poucas, mas há áreas mais próximas que poderiam comportar um aterro sanitário regional. Busato, no entanto, não quer só mais um depósito de lixo. "A nossa experiência com a usina de reciclagem chamou a atenção do governador. Pode e deve servir de referência", comenta.
Se parte do lixo puder ser reciclada, outra reaproveitada e uma terceira destinada ao aterro com todos os cuidados ambientais, a solução para os resíduos de toda a região pode se tornar mais barata e sustentável do que é hoje.
4. Desenvolvimento urbano regional
É um desafio. Busato recebeu a promessa de Eduardo Leite de destinar recursos das privatizações estaduais para investir em intervenções nos municípios. "Ligações asfálticas entre os municípios que são importantes para o desenvolvimento de uma determinada região, por exemplo, podem ser feitas com esses recursos", afirma. Reputo, como comentário, que a aviação regional entra nesse guarda-chuva de projetos.
O mercado da aviação vinha se preparando para essa etapa antes da pandemia, especialmente o de cargas e encomendas – mas depende muito da estrutura aeroportuária. Embora isso seja competência federal, se o governo do Estado definir como prioridade, pode acelerar ações de infraestrutura e potencializar o sistema no Rio Grande do Sul.
5. Enfrentamento à pandemia
Desafio e bronca. 'Prioridade zero' como afirmou Busato, seu papel começa fora da Saúde, especialmente quando o pior momento da crise passar e a necessidade de um empuxo à economia baterem à porta de todas as esferas de governo.
Nesse aspecto, o transporte deve se destacar.
Hoje, com a redução de passageiros em razão das restrições da bandeira preta, a precariedade de ônibus, horários e linhas está em menor evidência; no entanto, levar as pessoas ao seu destino será crucial para retomada da economia. "Será uma das nossas prioridades, certamente. Vamos conversar com prefeituras e discutir o que pode ser feito", adianta Busato, que já pensa em uma forma de garantir prioridade à circulação de ônibus nas vias, por exemplo. "Isso poderia dar mais rapidez ao transporte coletivo".
