BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Oposição cobra ação do governo na crise: os 7 contra JJ e as queixas da enchente

Vereadores de oposição fizeram ato na Câmara questionado ações do governo e abrindo possibilidade de pedindo de impeachment do prefeito. Foto: Rodrigo Becker/Seguinte:

Vereadores que não fazem parte da base do governo prometem para segunda-feira decisão sobre processante contra o prefeito

Primeiro, a informação.

Sete vereadores que formam hoje a oposição ao paço se reuniram no final da tarde desta quinta-feira, 16, para o que seria uma coletiva de imprensa no plenário da Câmara de Canoas, mas acabou se tornando um ato político. Liderados por Juares Hoy (PP), Márcio Freitas (PRD) e Airton Souza (PL), o grupo formado ainda por Abmael Oliveira (PL), Leandrinho (PRD), Jonas Dalagna (PP) e Gilson Oliveira (DC) tece críticas à condução do prefeito Jairo Jorge na crise da enchente que a cidade atravessa. E cogitam um pedido de impeachment contra o chefe do executivo.

A decisão, segundo Juares, será tomada na segunda-feira, 20.

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As principais queixas do grupo se referem aos avisos de evacuação no bairro Rio Branco, à retirada dos pacientes do Hospital de Pronto Socorro e ao gerenciamento dos abrigos e da entrega de doações que, segundo eles, tem falhas. “Estamos vivendo a maior crise da nossa história, uma grave calamidade. E Canoas está um caos”, disse Juares. 

“É hora de falar em política, sim. De responsabilizar quem tinha que tomar uma atividade para resolver o problema e não está tomando”, comentou Márcio Freitas.

Em sua fala, Airton Souza, que é pré-candidato a prefeito pelo PL, falou em Bolsonaro ao pedir um auxílio emergencial aos canoenses atingidos pelas enchente. “Se não sabe como fazer, faz um Ctrl C, Ctrl V do Bolsonaro”, camuflou.

Todos os demais seguiram na mesma linha: críticas e queixas ao governo.

Comento eu.

A oposição está no seu papel, mas acho cedo.

Primeiro porque não se abre um impeachment por ‘denúncias de WhatsApp’; segundo, porque recém tiramos 150 mil pessoas de dentro de suas casas, quase metade delas só com a roupa do corpo em barcos de resgate voluntários; o momento exige ação e foco e não a presunção de culpa compulsória ou das generalidades tão comuns quanto danosas do meme que diz ‘se há revolta, culpem os suspeitos de sempre’.

No caso, os próprios políticos.

Digo isto sem torcida nem secação, embora sujeito aos haters de sempre, mas no meu dever de ofício que é repor a verdade. A confusão sobre a evacuação da Rio Branco é falsa. Restaria esclarecida a qualquer um que visitasse o Instagram do prefeito; a cronologia está lá. O aviso de que a situação estava sob controle veio antes de que a chuva, o nível do rio e a consequente enchente piorasse e, então, exigissem a evacuação. E foi alertada com a antecedência possível, como também foi no Mathias. 

Na questão do hospital, temos que ir além do WhatsApp. Há um plano de contingência para emergências em unidades de alto risco. E me parece óbvio que leva em conta, além da situação do momento, a capacidade técnica para remoção, o para onde levar os pacientes mais graves, o acompanhamento médico durante o transporte e no destino. 

Passada a fase aguda do resgate, a Câmara de Vereadores e a oposição dentro dela busca um protagonismo eficiente em meio a uma vida que parece girar em torno de uma tema só. Quem não está com a casa submersa tem amigos que estão ou abriga parentes que tem. Me sinto entre acanhado e comovido nas ruas do lado seco de Canoas ao perceber que o tradicional e automático ‘tu tá bem?’ assumiu uma conotação genuinamente interessada de cada um que te cruza o caminho. É um momento em que as pessoas se preocupam com as outras pessoas e temos diante de nós uma incrível oportunidade de reforçar o nosso sentimento de comunidade.

Para nós ajudar a sair dessa.

Para nos ajudar a distinguir o certo do errado.

Para nos ajudar a entender o momento.

A boa notícia é que nossa oposição está atenta.

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