Transporte

CANOAS | Paralisação, promessa de greve, atraso em salários, ônibus apreendidos: Vicasa e Sogal na pauta do dia

Prefeitura abriu o dia com fiscalização sobre o transporte de passageiros locais por linhas intermunicipais. Foto: Tony Capellão/EComPMC

Segunda-feira começou com paralisação na Vicasa, promessa de greve, fiscaização que tirou ônibus da rua e ainda tem reunião dar decidir futuro da Sogal. Que dia.

4h30 da madrugada desta segunda-feira, 5, sob intensa neblina, trabalhadores da Vicasa resolveram cruzar os braços na primeira hora da largada na garagem da empresa. Os ônibus que fazem o trajeto Canoas-Porto Alegre só voltaram a circular com regularidade de horários depois das 7h, quando a empresa combinou com os manifestantes que na quinta, 8, vai por em dia pelo menos a quinzena que deveria ter sido paga em maio e parte dos tickets-refeição que a categoria tem direito.

De acordo com o trabalhadores, já fazem dois meses que é assim: atraso em cima de atraso.

Há cerca de um mês, Vicasa e Metroplan acertaram um acordo para que a empresa mantivesse a concessão do transporte metropolitano, ligando a cidade à Capital. Para isso, está utilizando ônibus emprestados da co-irmã Transcal, que hoje opera o mesmo serviço na cidade de Cachoeirinha. Co-irmã, porque pertencem ao mesmo grupo familiar.

O problema que parece estar acontecendo por lá é o mesmo que aflige a relação Vicasa/Sogal: com o dinheiro entrando num cofre e a despesa saindo só de outro, não há dinheiro para tudo. E os atrasos nos salários são o sinal mais claro de que o buraco da crise ainda não chegou ao fim para as empresas da família Biazus.

Mesmo com a promessa de acerto, o Sindicato dos Rodoviários Metropolitano, com sede em Porto Alegre, avisou a Vicasa de que o estado de greve é permanente até quinta – ou seja, a qualquer hora e especialmente se a promessa de pagamento não for cumprida, motoristas e cobradores cruzarão os braços novamente.

Não bastasse isso, ainda pela manhã a Prefeitura de Canoas pôs na rua sua força de fiscalização para impedir que Vicasa/Transcal 'roubem' passagieiros da Sogal. Isso acontece, por vezes – e sem qualquer barramento por parte da empresa. Para ela, o dinheiro que entra, não interessa se passageiro da Sogal ou da Vicasa, é do mesmo dono; mas para o sistema de transporte, não é. Quando o usuário local deixa de pagar a tarifa da Sogal, encolhe o recurso do sistema municipal e, dia mais ou menos, a empresa bate à porta da Prefeitura pedindo subsídio. 

Confira, a seguir, o vídeo da ação da Prefeitura, pela manhã:

 

 

Nesse sentido, faz certo o prefeito Jairo Jorge em pedir que se fiscalize a atividade de Transcal em Canoas, que leva passageiro do bairro para o Centro quanto esse deveria ser o trabalho da Sogal. Ao fim e ao cabo, é do cofre da prefeitura que tem saído a grana para a compra de passagens e, portanto, sustentado o sistema local. Se a Vicasa passa por problema semelhante, a Metroplan que compre passagens também – só não tire passageiros do já cambaleante sistema municipal.

Não para por aí

No final da manhã, quando dois ônibus da Transcal já haviam sido guinchados pela fiscalização, prefeitura, Sindicato e empresa se preparavam para o encontro desta tarde, 5. O assunto: crise na Sogal.

Jairo ofereceu novo aporte de R$ 795 mil em três parcelas com a condição de que o recurso sirva para quitar os atrasados da empresa com seus funcionários. Pede, também, que os rodoviários de abstenham de fazer greve por 90 dias. Nesse período, segue o trabalho da Junta Governativa, cria-se 10 linhas rápdidas e mais 3 seletivas – o que ajudaria a melhorar o desempenho financeiro da Sogal, uma espécie de luz no fim do túnel para que se dependa cada vez menos de recursos públicos no sistema.

O governo ainda enviaria para Câmara projeto isentando a empresa do pagamento de ISSQN e seguiria a discussão sobre o reajuste da tarifa. Na avaliação do governo, não há espaço para aumentar o preço da passagem se o serviço seguir insatisfatório como está. O temor geral – da administração e de cada canoense que pega ônibus – é pagar mais caro por um transporte que segue sendo ineficiente, caro e ruim. 

Por fim, acredito em um acordo na tarde de hoje – mais tardar, ao longo da semana. Embora o episódio Vicasa seja distinto do caso Sogal, por se tratarem de uma empresa que pertence ao mesmo grupo familiar, todas as questões estão ligadas. E só um textão tipo esse para que a gente abordasse tudo.

 

 

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