Negociações devem confirmar Patrício na presidência do partido em Canoas e o ‘cinturão metropolitano’ de deputado e ex-prefeito de Viamão
Está resolvido: José Carlos Patrício e Aloísio Bamberg vão trocar o PP pelo PSDB na janela que abriu nesta quinta, 7.
Na sexta, 8, é quando chega a Porto Alegre a presidente estadual do PSDB, a prefeita de Pelotas Paula Mascarenhas; a senha para o deputado estadual e ex-prefeito de Viamão, Valdir Bonatto, acertar com ela a data para oficializar a adesão que já está apalavrada e acertada.
Depois disso, Patrício deve assumir a presidência tucana em Canoas e manter o partido ao lado de Jairo Jorge na eleição.
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Padrinho e sacerdote
A ida de Patrício e Bamberg para o PSDB tem um padrinho: Valdir Bonatto. O deputado estadual e ex-prefeito de Viamão vinha tratando do assunto há alguns meses e as conversas se aceleraram a medida que o presidente do PP municipal, Marcos Daniel, entabuou uma aproximação com o governo Nedy de Vargas Marques contrariando a posição da bancada.
A bancada pediu a cabeça de Marcos Daniel e a pressão virou crise.
A crise virou um racha.
E o racha virou divórcio.
Bonatto, que chegou a estudar em um seminário de padres antes de guinar para a educação e construir uma escola na Velha Capital, viu aí a chance de exercer o sacerdócio do casamento em questão. Era um desejo acalentado durante todo o ano de 2023 pelo núcleo tucano no Estado ter um prefeiturável na sigla e o nome de Patrício, já foi do PSDB, alçado ao altar das preces políticas, como o ‘ficha 1’ para a missão. Coube a Bonatto ir enlaçando as conversas para que, na noite de quarta, 6, o martelo fosse batido.
Com Patrício e Bamberg, o PSDB ganha uma bancada em 2024, mas a missão é mais do que apenas a da presença nas urnas. O plano do partido é que os parlamentares organizam o partido para 2026 e, em nome disso, os deixam livres para manter a parceria com Jairo Jorge em um eventual retorno do prefeito ao comando do governo ou para as eleições de outubro.
É da vontade de Patrício e Bamberg que as coisas andem assim e Bonatto, com uma espécie de ‘amém’, garante que o plano reverbere nas catedrais da estadual tucana. Não se surpreendam se Patrício ou Bamberg aparecerem nas nominatas como candidatos a deputado em dois anos.
Assunto encerrado
O anúncio da filiação da dupla que era do PP também encerra um capítulo que quase levou o PSDB para a base aliada de Nedy. Márcio Freitas, ainda no PDT mas com uma saída praticamente resolvida, ensaiou uma aproximação com os tucanos. Um aliado do parlamentar chegou a trocar ideias com o deputado Lucas Redecker sobre a aproximação, mas o Cidadania — que é federado ao PSDB no Estado — teria vetado seu nome.
Márcio figura hoje como o aliado mais próximo de Nedy, cotadíssimo para concorrer a vice do prefeito em exercício. Pode até encabeçar a chapa da situação caso Nedy resolva não ir às urnas. A escolha por Patrício e Bamberg mostra que o PSDB faz uma aposta de longo prazo em Canoas, sem o pragmatismo que costuma incendiar os ânimos e arrefecer os exaltados em período pré-eleitoral.