Ex-secretária não nega o desejo de concorrer à Prefeitura nas eleições do ano que vem e pode ficar com o comando do partido já em julho – ou quando o PTB tiver uma ‘sigla sucessora’
Particularmente, fosse classificar a posição política da advogada, economista e professora Simone Sabin diria que ela tem mais jeito de ‘tarcisista’ do que de ‘bolsonarista’; está mais para Tarcísio de Freitas, ex-ministro do capitão que se elegeu governador de São Paulo, do que para Jair Bolsonaro, o ex-presidente que ‘deu um rolé’ por Porto Alegre nesta quinta e sexta-feira, 23 – famoso por dizer o que lhe dá na telha inconsequentemente. Mesmo mantendo as ideias mais em ordem e menos afeita às bravatas extremistas, bem ao estilo Tarcísio, se alguém consegue falar com o celular de Bolsonaro, é Sabin. Ela está pronta para assumir o comando do PTB em Canoas – ou o partido que vier a sucedê-lo – e já não esconde de ninguém o desejo de concorrer à Prefeitura em 2024.
Desejo, não imposição.
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Sabin foi integrante do governo Jairo Jorge e saiu em 2022 para concorrer a deputada estadual. Depois, integrou a coordenação da campanha de Tarcísio em SP e acabou acertando alguns contatos profissionais pelo Centro do país e até no exterior, onde está nestes últimos dias de junho. Por telefone, vem articulando com o comando nacional da sigla a presidência local do PTB ou do Mais Brasil – o partido que está nascendo da fusão dos ‘ex-trabalhistas’ que ‘endireitaram’ depois de correr com a turma de Leonel Brizola e o Podemos, que ninguém sabe dizer o que é, do que é feito ou do que se alimenta.
Não pensam pequeno, é bom que se diga. Os planos do Mais Brasil incluem filiar Bolsonaro, ser o porta-voz da Direta e abrigo da extrema direita país afora. Não dá para duvidar que o ex-presidente esteja de saída do PL: ele nunca esquentou muito o banco em partido algum; Bolsonaro é, no fundo, um legítimo ‘eu-futebol-clube’, como se diz por aí. Mas um a ideia de um partido para ‘herdar’ o conservadorismo parece promissor – especialmente neste ‘pós-2022 e pré-2024’ em que as disputas de modelo político tendem a ser latentes.
Sabin é a figura que tem trânsito nesses bastidores, informação quente e antecipada – mas lhe falta lastro eleitoral para uma candidatura que se imponha em 2024 para fazer frente à dobrada Jairo Jorge-Luiz Carlos Busato, quem quer que concorra em nome deles. Mas lastro eleitoral só se cria concorrendo e é por isso que Sabin põe o próprio nome sobre a mesa para a missão.
O ‘amém’ do capitão ela já tem.
