Nem a tarde chuvosa conseguiu desanimar os cerca de 20 alunos das três turmas de violão da escola municipal de Ensino Fundamental Granja Esperança. Todos atentos à instrutora Letícia Adamatti, formada em Música, que repassa, nota por nota, a canção Trem Bala, de Ana Vilela. Na sala da biblioteca, onde as aulas acontecem, silêncio e semblantes concentrados, dignos de quem quer chegar longe, como o estudante do 7º ano, Tairony Andrade dos Santos, de 14 anos.
– Eu faço aulas de violão há três anos aqui na escola. Meu pai me deu um violão e, por isso, eu já tinha uma noção. No futuro quero poder tocar numa banda – sonha.
O projeto já existia no município desde 2004 com o nome Música, Ação, Inclusão mas, no ano passado, o governo municipal abriu uma licitação para ampliar a iniciativa. A Fundação La Salle foi a vencedora e começou a implantar o novo modelo em março.
– O projeto, que tinha 470 alunos, passará a atender 1.800 estudantes em 20 escolas. A implantação total ainda não terminou – projeta o prefeito Miki Breier.
Conforme o coordenador do projeto, Edimilson Tresoldi, as oficinas serão iniciadas em junho em mais duas escolas. Atualmente são 18. Ao todo serão 10 instrutores atuando: seis da Fundação e quatro do município. Para participar, o aluno precisa procurar a secretaria da sua escola.
– Como são oficinas de canto e instrumentos musicais, nem sempre ele se identifica. Muitos entram e logo saem, outros voltam para turma, ou procuram outro instrumento. Por este motivo, deixamos livre a participação deles – explica Edimilson.
As alunas Raira dos Santos, de 13 anos, e Larissa Moura do Canto, de 15 anos, começaram a oficina de violão em março e seguem os passos de pessoas da família, que já praticavam o instrumento em casa e em festinhas com amigos.
A secretária de Educação, Rosa Maria Lippert, diz que o objetivo do Canta e Encanta Minha Gente é proporcionar aos estudantes o acesso voluntário e gratuito ao aprendizado dos fundamentos da música e instrumentos musicais, bem como o desenvolvimento da expressão corporal.
– Como acontece no contraturno das aulas, o projeto acaba tirando muitas crianças e adolescentes da ociosidade e até mesmo da rua.
O contrato com a Fundação La Salle terá a duração de um ano, prorrogável por até quatro vezes, conforme a legislação vigente.