Não se sabe ainda quem é o vilão, mas é o povo quem paga o espetáculo do afastamento do prefeito Miki Breier do cargo por 180 dias pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O custo é o lixo que se acumula há uma semana nas ruas e faz com que o prefeito em exercício Maurício Medeiros tenha decretado nesta sexta situação de emergência.
É que pelos mesmo seis meses foram suspensos contratos de serviços essenciais, de limpeza urbana, pelas suspeitas de corrupção investigadas pelo Ministério Público estadual pelas operações Proximidade e Ousadia.
A varrição, que era feita pela SKM, não tem substituição. A EPPO, que fazia recolhimento de lixo por container, e a Urban, que fazia manualmente, foram substituídas pela Ecsam, que não está dando conta. Com o decreto o serviço será ampliado emergencialmente até que sejam feitas novas licitações.
Reputo não há vilões porque não se sabe se o papel caberá a Miki e sua suposta Orcrim, ou ao procurador-geral de Justiça Marcelo Dornelles e seus promotores. O prefeito nega existência do ‘mesadão do lixo’, e o chefe do MP diz ter provas “documentadas e em vídeo” de triangulação para o recebimento de dinheiro.
Fato é que os contratos foram suspensos. Além do prejuízo social com os serviços parados, funcionários restam desempregados.
Nunca esqueço de lembrar a Lava Jato, suas convicções e powerpoints, que pegou alguns corruptos públicos e privados (quase todos já livre, leve e soltos), mas inventou outros e, ao quebrar empresas, deixou 4,4 milhões de desempregados e R$ 172 bilhões em investimentos perdidos, conforme estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Ao fim, aguardemos no fedor.
A primeira vítima, como sempre, é o povo.
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