Cláudio Ávila postou em seu facebook que não será o candidato a prefeito, como o Seguinte: projetava horas antes do TSE decidir por nova eleição em Gravataí.
Acredite se quiser.
Aos 34 anos, ele ainda não tem fios brancos no cabelo, mas em astúcia política, o cérebro é grisalho.
Com a comoção que provocou entre os seus, atraiu para si as atenções e joga para tirar a temperatura de seu status no novo cenário político que se desenha.
O PDT deve estar reunido neste momento tendo ele, Cláudio, como sempre, no centro das atenções. A ‘não candidatura’, o assunto. Sua ausência na ligação com a cúpula partidária e na operação da campanha e das finanças, um receio.
É quase um dèja vu.
Por meses, holografias de Alex Peixe, Humberto Martins e Marcos Monteiro apareceram atrás de Bordignon em imaginárias fotos de campanha. Quando quis, habilmente, Cláudio viu-se ungido como vice.
Aos descrentes, os sinais.
Ainda na ressaca da derrota, movimentos de Cláudio já indicaram intenção de ser candidato. Ou, pelo menos, manter-se protagonista.
Mal encerrado o julgamento, no vácuo do silêncio de Daniel Bordignon e seus 45.374 votos, ele já garantia ao Seguinte: que o partido teria candidatura própria.
Na mesma entrevista, em uma provável estratégia de preservação, também já fechava uma porta por onde muitos do partido poderiam atravessar, ao dizer que “o PDT já sabe com quem não estará” na nova eleição: Anabel Lorenzi (PSB), além do óbvio inimigo nº 1, Marco Alba (PMDB).
Minutos depois, num aparente recuo ao estilo ‘vim para confundir’, anunciava pelas redes sociais a saída de cena num literal “depois do Natal e do Ano Novo conversaremos”.
Ganhar um habeas corpus preventivo na relação com o PSD, de Levi Melo, e o próprio PSB, de Anabel, que agora vão paparicá-lo, na esperança de ter o apoio do PDT e de Bordignon para suas candidaturas próprias, ou a bênção a uma improvável união das oposições, é um ganho por consequência.
Mas o alcance do movimento parece ser outro.
Cláudio pode até não vir a ser o candidato, vítima de um ‘efeito Jânio Quadros’, que renunciou à presidência esperando ser reconduzido nos braços do povo e acabou no ostracismo, isolado. Mas embreta Bordignon, que terá que se posicionar logo, decidindo entre ele e a esposa Rosane.
Ou por Anabel.
Conhecendo Cláudio, o isolamento não lhe serve.
Quieto, pelo menos.
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