Respeitosamente, começa mal, desenvolve bem e termina pior ainda. Reputo assim a nota enviada pelo vereador de Gravataí Cláudio Ávila (União Brasil) após a publicação de minha análise Guerra pela água: a pauta é gigante, mas chamou atenção em Gravataí Patrícia Alba na mesma mesa que Cláudio Ávila; O grito de socorro no melhor da festa.
Reproduzo e, abaixo, sigo.
“(…)
Prezado;
Respeitosamente, achei a tua visão/opinião apequenada. A pauta é de fundamental importância até para os ancestrais da cidade, quanto mais para o presente e o futuro.
O União Brasil está com os seus agentes técnicos e políticos nomeados em pelo menos 70% dos ritos, caminhos e procedimentos necessários para garantir soluções definitivas para esse grave problema da região. Mas o custo, as fases e os elos que precisam ser organizados e sincronizados, dependem muito da força política da região.
O meu partido está nas pastas afins, está no governo do estado, a questão ainda depende da Fepam, Sema e Corsan, naquela mesa estava um ato de política grande. Essa deveria ser a regra, no pós eleição todos os eleitos se unirem em pautas de convergência para garantir a realização pelo bem comum da cidade, região, estado ou país que os elegeu.
A Deputada Patrícia foi grande, elegante e generosa em prol da nossa Gravataí. O prefeito, o vereador Dilamar e todos os agentes políticos antagônicos ou não devem colocar a população acima dos 45 dias de disputa eleitoral. Com brilhantismo estão fazendo isso!
Não se magoe querido amigo, um dia você também verá a sua esquerda se unindo…
E em liberdade.
(…)”.
Sigo eu; explicando a análise inicial.
Começa mal Cláudio Ávila ao acusar que “apequeno” a pauta da construção das 13 microbarragens que são praticamente um consenso como solução para a falta de água em Gravataí e região.
O último artigo sobre a ‘guerra da água’, e o ‘dê-nos água, Leite!’, é o 31º que posto no Seguinte: cobrando a execução da obra que custa R$ 5 milhões, troco para o Governo do Estado.
Como Ávila é um político inteligente e atento para as coisas que realmente importam em Gravataí, não vou desconfiar que nem conhecia a pauta até ontem.
Sigamos.
Ávila “desenvolve bem” a nota porque aponta resultados da polêmica reunião de ontem. Não vende um terreno no Banhado Grande, não promete que as barragens serão feitas, mas sim identifica uma necessidade de centralizar o gerenciamento daquilo que é necessário para as obras serem feitas, ou não.
E explica que seu partido, o União Brasil, comanda 70% dos órgãos governamentais envolvidos nas obras – seja isso bom, ou ruim.
Para encerrar, considero Ávila termina “pior ainda”: “Não se magoe querido amigo, um dia você também verá a sua esquerda se unindo… E em liberdade”, escreve.
Remete Ávila à antológica frase de Frei Betto, que numa analogia com a época da ditadura, instigou que “a esquerda só se une na cadeia”.
E, vejam só, ideologiza ele a pauta; tudo o que criticou na nota.
Concluí assim Guerra pela água: a pauta é gigante, mas chamou atenção em Gravataí Patrícia Alba na mesma mesa que Cláudio Ávila; O grito de socorro no melhor da festa, o artigo da discórdia:
Ao fim, aguardemos os próximos episódios do Netflix da política de Gravataí. Não poderia deixar de registrar o inusitado, mesmo que quase pedindo desculpas por colaborar para politizar pauta de tamanha importância e na qual reputo todos tem que apagar o passado em nome do interesse público. Mas são os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos; quem vive a política de Gravataí me absolve, sei.
Lembro-me, como sempre, do Millôr, nos Grandes Lances dos Piores Momentos: “Tem sempre alguém que grita por socorro no melhor da festa”.
Concluo hoje recomendando a Cláudio Ávila que leia novamente o artigo; assim como, já que é meu amigo, insto-me sugerir deveria ler – e refletir – antes de publicar os posts malucos que depois apaga.