Cláudio Ávila montou um partido para chamar de seu. A posse da nova direção e formalização do União Brasil em Gravataí, e os acontecimentos prévios, comprovam o comando do polêmico vereador; a live você assiste clicando aqui.
Ávila convidou os vereadores Bombeiro Batista e Fernando Deadpool, primeiro e quarto mais votados na última eleição, a sair do partido. Antes já tinha cancelado a candidatura do primeiro a prefeito.
Antecipei tudo em Vereador mais votado de Gravataí pode não ter para onde ir; se confirmou ontem em Bombeiro e Deadpool estão fora do partido de Cláudio Ávila; Vereador mais votado de Gravataí ainda quer concorrer a prefeito: “Só eu enfrentei Marco Alba”.
Ávila quer o UB – ao menos por enquanto – na oposição, mas longe de caça-cliques e lacrações no Grande Tribunal das Redes Sociais.
É uma orientação do presidente estadual Luiz Carlos Busato, seu amigo ao ponto de discursar no velório da mãe, e que lhe agrada, como já reportei em artigos como O dia em que o vereador Cláudio Ávila ajudou – e muito – o governo Zaffa em Gravataí e Governo Zaffa retribui Cláudio Ávila com aprovação de projeto que prioriza idosos no teleagendamento de consultas em Gravataí.
A mudança de perfil se ilustra na apresentação do advogado Diego da Veiga Lima como pré-candidato à Prefeitura.
Sai Bombeiro, que se descreve como um ‘bolsonarista moderado’, entra um profissional liberal, que nunca concorreu, e comunga com ideias de centro-esquerda, de defesa dos trabalhadores, da democracia e dos diretos humanos e das minorias.
Reproduzo prints de avatares das redes sociais do advogado, sócio de um dos maiores e mais respeitados escritórios de Gravataí, e, abaixo, sigo.
Fato é que, em sua nova remontada, Ávila fez uma festa carregada de símbolos, na noite desta quinta-feira.
Empossou a nova direção, que tem o empresário Fernando Hrymalak Pinto como presidente e a digital influencer como Daiana Luz vice, na mesma sala do Hotel Radar onde ressuscitou o PV, filiou o empresário Décio Becker e anunciou pela primeira vez que apresentaria o golpeachment que cassou a prefeita Rita Sanco (PT) em 2011.
Ao fim, inegável é que Ávila montou um partido para chamar de seu, com a cara que tanto cobrou de aliados do passado; no que não está errado – vai garantir, além de certo protagonismo em 2024, republicanismo nas relações com o governo e a sua reeleição.
Essa é a notícia e a análise de hoje.
Tratando-se de Ávila, não é permitido arriscar sobre o futuro. Lembro-me de uma história sobre Brizola. Diz que depois de, num comício, Brizola defender com a competência que ninguém discutia seus inatacáveis pontos de vista socialistas, perguntou a um companheiro mais simples o que tinha achado do discurso.
– Olha – respondeu o camarada – apesar de tudo que o senhor disse, que foi impressionante!, eu ainda prefiro o socialismo.