SAUL TEIXEIRA

Com “fôlego renovado” e perto do time ideal, Inter renasce em 2023

Dando sopa ao azar e provocando a ira dos deuses da Bola, o Internacional jogou no lixo seis meses. Os fracassos na Copa do Brasil e, sobretudo, no campeonato gaúcho ilustram a precariedade do trabalho até então, principalmente fora das quatro linhas.

Na última semana do semestre, porém, talvez tenha ocorrido a tão necessária ‘virada de chave’. A classificação ao mata-mata da Libertadores passa por acertos da comissão técnica e por correções de rumo do corpo diretivo. E também graças ao retorno dos outrora lesionados.

Dentro de campo, a vitória foi construída a partir do pé esquerdo de Maurício, ausente nos últimos confrontos. Não mais preso à ponta-direita, mas com liberdade de movimentação e deixando o corredor para o apoio de Bustos — na já tradicional migração para o 3-5-2 com posse de bola.

Não à toa, o camisa 27 participou de todos os gols caindo pela esquerda ou centralizado. O sucesso do 4-2-3-1 também passa pela imprevisibilidade da linha de meias. O canhota é o ponto de equilíbrio da equipe! Com Wanderson e Pedro Henrique, o Inter isola Alan Patrick e sofre pela fala de articulação, ainda mais quando De Pena é baixa — também voltou na noite decisiva da Liberta. Charles Aránguiz poderá ser um acréscimo e tanto em breve!

Ainda no meio, Rômulo é um baita achado na camisa 5. A figura tática que faltava desde a lesão de Gabriel. O ingresso do camisa 40 ajuda a explicar os 9 jogos de invencibilidade – somando Brasileirão e Libertadores.

É o único brasileiro ainda invicto na maior competição das Américas. Contra o Medellin, eis a grande notícia para os vermelhos: vitória com desempenho. Futebol Além do Resultado que gera resultado!

A manutenção de Mano Menezes foi acerto da direção. A comissão técnica sempre foi o menor dos problemas. Citamos isso inclusive quando achávamos que a troca no comando se fazia necessária após a sequência pavorosa de derrotas, zero futebol e “sinais” de que o treinador não conseguia mais extrair nada da equipe.

Agora, o maior mérito! A troca da preparação física. Se não fosse de Alan Patrick, a camisa 10 seria de Flávio de Oliveira. Num futebol cada vez mais físico, atlético e intenso, correr é questão de sobrevivência.

Com os pulmões quase em dia, o Inter amassou o adversário na primeira etapa e jogo após jogo, demonstra que está recuperando a competitividade. A partir disso, evoluiu em mecânica, performance, desempenho. Não tinha como entregar bom futebol e repertório quando o time “babava na gravata” com 60 minutos de jogo.

Os gols de Luiz Adriano também passam pelo maior ritmo de jogo, pela sequência e, sobretudo, pelo recondicionamento físico. Mesmo com Enner Valência, o camisa 9 poderá seguir no time. Na Turquia, o equatoriano atuava como segundo atacante. Caberá a Mano Menezes o melhor encaixe para o camisa 13. Pretendemos tratar sobre o tema em pitacos futuros.

Como diz um leitor nosso, em tom crítico e bem-humorado, o “Inter está praticando o calendário europeu”. De fato. As turbinas foram ligadas somente para o segundo semestre.

Entretanto…

Com mais sorte do que juízo, o colorado conseguiu se manter vivo em 2 das 3 competições que disputava. Ademais, o cenário nunca esteve tão favorável ultimamente: fôlego renovado, time perto da escalação ideal, retorno dos lesionados e reforço Mundialista desembarcando no Salgado Filho.

Então, que “comece” a temporada 2023 para os colorados.

Antes tarde do que ainda mais tarde…

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