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Como a GM vai ajudar até a lojinha do Zaffa em Gravataí

General Motors já parou por 10 meses em Gravataí desde início da pandemia em março de 2020

A General Motors (GM) retoma em 4 de outubro o segundo turno de produção da linha 2022 do Chevrolet Onix na fábrica de Gravataí.

– Muito bom! – comemorou o prefeito Luiz Zaffalon, retuitando a informação exclusiva da coluna de Giane Guerra, em GZH.

– É bom demais para todo mundo. O cara, funcionário da GM ou sistemista, que pretendia comprar um sapato, agora tem certeza e vai comprar. Toda economia festeja a retomada. Tenho uma lojinha de motos na Centenário e hoje quatro motos entraram na revisão, para estarem zeradas dia 4 de outubro – acrescentou Zaffa, ao Seguinte:.

As perdas com o retorno de impostos no caixa da Prefeitura com turnos parados são uma bomba-relógio que explode dois anos depois ao custo de cinco reais por minuto, como mostrei em O que Gravataí já perdeu e volta a ganhar com retorno da GM.

Os cerca de mil trabalhadores da montadora e das sistemistas começaram a ser chamados no final da semana passada e se somam aos trabalhadores do primeiro turno, que voltaram na metade de agosto.

Ainda não há previsão para a volta do terceiro turno. Os três turnos juntos têm capacidade de capacidade de montagem de 350 mil veículos.

Com a retomada Gravataí deixa de perder R$ 200 mil por dia em retorno de impostos do complexo automotivo da General Motors e seus 18 sistemistas.

Nas projeções para os próximos dois anos Gravataí já contabiliza um rombo de pelo menos R$ 50 milhões devido ao contágio da pandemia. São cinco reais por minuto.

Se em 2020 as paradas aconteceram devido às restrições da covid, o motivo alegado para a paralisação total desde março se devia a falta de peças. Em especial, semicondutores, cuja escassez também já paralisou indústrias de veículos da Chevrolet em outros países. São os mesmos usados em aparelhos de celular, por exemplo.

Em 2021, o terceiro turno nunca voltou em Gravataí. Em uma média, o complexo automotivo que tem 5 mil funcionários, incluindo sistemistas, ficou completamente parado por 10 meses.

A conta da tragédia é que cada mês com turno parado da montadora corresponda a R$ 5 milhões perdidos por Gravataí. Em 10 meses, já seriam R$ 50 milhões, com efeito nos próximos dois anos. Isso corresponde a 40% dos R$ 200 milhões recebidos de todos os impostos recolhidos pelo município.

A suspensão na produção fez com que o Onix, produzido em Gravataí, perdesse para o Fiat Strada a liderança de vendas que comemorava desde 2015. O Onix também perdeu a liderança no ranking sem veículos maiores, como picapes, para o HB20, da Hyundai.

Ao fim, concluo como no artigo anterior: a GM é uma bênção para Gravataí, mas devido à 'GMdependência' será uma catástrofe se desistir do Brasil, como já tratei em artigos como  A GM vai embora de Gravataí; O ’Tchau, Ford!’ e nós e Se ou quando a GM for embora de Gravataí; o cavalo e o burro em 2024.

Hoje estamos como aquela millôriana sobre o cara que se jogou do décimo andar e, ao passar pelo oitavo, constatou: “até aqui tudo bem”; e, ao chegar ao segundo andar, refletiu: “bem, se eu não me machuquei até aqui não é neste pedacinho à toa que vou me arrebentar”.

Comemoremos porque a GM quase a pleno é, até agora, a notícia do ano para as contas futuras de Gravataí.

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