Mais da metade dos casos registrados da COVID-19 em Gravataí tem identificado um contato direto dos contagiados com infectados – refiro ‘direto’ porque, diferente de supor um contágio aleatório nas ruas, no comércio ou em transporte coletivo, é possível rastrear de onde veio o contágio. Aí mora o alerta par ao cuidado pessoal e com outrem.
É a prova aldeana da pesquisa da Imperial College, de Londres, que coloca o Brasil como o país mais ‘contagioso’ do mundo: um portador do SARS-CoV-2 é responsável pela infecção de outras 3 pessoas.
Os boletins epidemiológicos pesquisados pelo Seguinte: confirmam. Dos 60 casos, 34 são relativos a profissionais da saúde, que tem contato direto com infectados, ou a familiares ou pessoas relacionadas com pacientes cuja testagem foi positiva.
Se o contágio em profissionais da saúde é uma constante, o aumento na testagem, que até maio era de 0,1% da população de 281 mil habitantes, e hoje chega perto dos 0,2%, mostra que contatos de médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde, que respondiam por 21 casos, já não são a única forma de contágio detectada.
Só na última semana, no dia 21 uma mesma família testou positivo: um homem de 58, uma mulher de 52 e um adolescente de 13. Dia 25, testaram positivo cinco familiares de idosa em internação hospitalar: crianças de 3, 5, 7, 9 e 11 anos, e adultos de 35, 37, 38 e 61. São 13, somados aos casos de contágios identificados nos meses anteriores.
Ao fim, a ‘ideologia dos números’ comprova a ‘virulência do vírus’. Em Londres, ou em Gravataí, é uma realidade, o que reforça a medida correta de não devolver alunos às salas de aula, o que tratei nos artigos Gravataí não volta às aulas em junho; alerto para o ’apartheid escolar’ e Gravataí não terá ’apartheid escolar’; Marco Alba, proíba o governador de mandar alunos pobres para sala de aula!.
Sem torcida ou secação: cuide-se, você não se enforca sozinho ao tirar a máscara para se pendurar em algum lado da ferradura ideológica – outros tornam-se suas vítimas.
Não há suicídio de inconsequentes na pandemia, há homicídio.
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