crise do coronavírus

Gravataí não terá ’apartheid escolar’; Marco Alba, proíba o governador de mandar alunos pobres para sala de aula!

Prefeito fez live ao lado das secretárias da Educação, Sônia Oliveira, e de Cultura, Esporte e Lazer, Fernanda Fraga

Acerta o prefeito em não voltar às aulas presenciais nas escolas municipais. Nem para os ‘ricos’, nem para os ‘pobres’. E acredito que Marco Alba reúna as características necessárias de coragem e coração para ir além. Caso Eduardo Leite ‘segregue’ alunos, permitindo aula em casa para quem tem acesso à internet, e mande para a escola para quem não tem, o gravataiense tem o poder, reconhecido pelo Supremo como garantia constitucional, de ser mais restritivo que o governador e proibir qualquer criança, adolescente, adulto ou idoso em sala de aula durante a pandemia.

Tratei da polêmica em Gravataí não volta às aulas em junho; alerto para o ’apartheid escolar’ na manhã deste domingo, em artigo o qual concluo que "sobre mandar os pobres voltarem antes para a escola, só tenho uma certeza: será uma lição prática de Casa Grande e Senzala".

Em live à noite, que você assiste clicando aqui, a secretária da Educação Sônia Oliveira anunciou que aulas presenciais não serão retomadas em junho, em escolas públicas ou particulares, mas conteúdos serão fornecidos aos alunos por redes sociais como WhatsApp, contas pessoais ou o aplicativo EducarWeb, sistema de tecnologia contratado pela Prefeitura. Já os estudantes sem acesso à internet terão material disponível impresso, conforme cronograma que será divulgado pela SMED.

Como já abordei em artigos anteriores, a volta às aulas é talvez o tema mais complexo da crise do coronavírus. Em meu perfil pessoal no Facebook, o único consenso que testemunhei foram pais temendo filhos em aula, no que professores concordam. A ‘ideologia dos números’ derruba qualquer argumento pendurado onde for na ‘ferradura ideológica’.

Somente na rede municipal são 30 mil alunos e 3 mil professores. É mais de 10% de toda a população de Gravataí, que é de 281 mil habitantes, conforme estimativa do IBGE. Se cada aluno corresponde a uma família de cinco pessoas, esse número salta para 150 mil. Se, testando menos de 0,2% da população Gravataí já tem 60 casos e três mortes pela COVID-19, e conforme a Imperial College o contágio no Brasil é o mais alto do mundo, com um portador do SARS-CoV-2 infectando três, é fácil bater o sino para o ‘covidário’ entrar na sala de aula, e nas famílias de alunos, professores e trabalhadores da educação.

– Não queremos transformá-los em professores, mas estamos pedindo o seu apoio. Na secretaria, temos o telefone 3600-7164, da equipe pedagógica, que estará à disposição dos pais e também de professores das escolas de educação infantil. Esperamos que todos entendam que não serão aulas online, mas sim atividades – foi o apelo da secretária aos pais, na transmissão ao vivo pelo Facebook.

Ao fim, parece-me que disponibilizar conteúdos e contabilizar as atividades no cronograma das 800 horas do ano letivo é uma medida prudente – já aprovada pelo Conselho Municipal de Educação, que reúne diferentes representações da área educacional – e, talvez, única alternativa para conter um contágio que é exponencial neste maio.

O momento é de emergência mundial. Em Gravataí, só na última semana foram confirmados cinco casos da COVID-19 em crianças de 3, 7, 9, 11 e 13 anos. A França voltou às aulas e uma semana depois precisou fechar 6 a cada 10 escolas. Um ano letivo ‘normal’ não vale uma vida sequer.

No ENEM da vida, responda, leitor: será, ou não, ‘nota 10’, se ao fim de 2020 alguém não aprenda nada em nossas escolas, mas reste vivo?

Apelo, Marco Alba, proíba, caso o governador promova um 'apartheid escolar', obrigando alunos pobres a frequentar aulas presenciais nas escolas estaduais de Gravataí!

 

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