o seguinte indica:

CRISE ENTRE OS PODERES: Senado desafia ministro do STF e decide manter Renan na presidência

Mesmo com ordem de afastamento pelo STF, Renan continua na presidência

Mesa Diretora aguarda que liminar concedida por Marco Aurélio seja analisada pelos demais ministros do STF, o que deve ocorrer na quarta

 

A Mesa Diretora do Senado decidiu não aceitar o afastamento do presidente da Casa, Renan Calheiros, e esperar que a liminar concedida por Marco Aurélio Mello seja apreciada pelos demais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve ocorrer na quarta-feira. Após o Senado entrar com dois recursos contra a decisão de Marco Aurélio Melo, o ministro submeteu a liminar a referendo do plenário do STF.

Em entrevista após a reunião da Mesa Diretora, Renan negou que esteja desobedecendo a decisão do STF.

– Vamos aguardar a decisão do Supremo. Há uma decisão da Mesa Diretora do Senado Federal que precisa ser observada do ponto de vista da separação e da independência dos Poderes.

Renan ainda comentou que já cumpriu "liminares piores do ministro Marco Aurélio", como a que impedia que o fim dos supersalários do Legislativo. O peemedebista chamou a decisão do ministro de "monocrática".

–  A democracia brasileira não merece esse fim – concluiu.

O oficial de Justiça que iria notificar Renan sobre seu afastamento deixou o Senado depois de quase seis horas de espera e confirmou que o presidente da Casa não assinou a notificação.

Ao não reconhecer o documento, Renan tenta ganhar tempo para aguardar a decisão definitiva do plenário do STF. Para isso, ele busca apoio de parlamentares que fazem parte da Mesa Diretora da Casa. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) admitiu que alguns senadores concordam que Renan não deve assinar a notificação. A ideia seria que o presidente do Senado só pode ser afastado quando houver consenso entre os ministros do STF, e não em medida provisória decidida por decisão monocrática, como ocorreu.

Inicialmente a notificação estava prevista para acontecer às 11h O oficial chegou ao Senado mais cedo, às 9h30min. Neste horário, contudo, Renan estava reunido na residência oficial da presidência com o vice-presidente Jorge Viana (PT-AC), o ex-presidente José Sarney e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Eles discutiam quais poderiam ser as saídas jurídicas para evitar o afastamento de Renan. Com a saída do peemedebista, Viana assumiria o cargo interinamente.

À tarde, a bancada da oposição no Senado também se reuniu. Alguns petistas consideravam a possibilidade de não assinar a notificação "um absurdo". Eles não querem perder a vantagem de ficar com a presidência, com a saída de Renan. Com o PT no comando do Senado, o partido poderia desacelerar pautas consideradas prioritárias para o governo Michel Temer, como a PEC do teto de gastos públicos.

Na segunda-feira, Renan já havia recusado receber o oficial de Justiça na residência oficial, que chegou às 21h34min e deixou o local cinco minutos depois. Dentro da residência, Renan estava reunido com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e senadores.

O que baseou a decisão de afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado foi o fato de que ele se tornou réu na quinta-feira passada, 1º de dezembro, pelo crime de peculato, por 8 votos a 3. 

A sessão desta terça-feira no Senado foi cancelada pelo vice-presidente da Casa, Jorge Viana.

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