Dilamar Soares (PDT) chamou de “golpista” a nova direção do partido, em discurso na tribuna da Câmara de Gravataí. O também vereador Thiago De Leon foi nomeado para a presidência na terça-feira, como reportei em De Leon assume presidência do PDT de Gravataí; Quem o odeia.
– Não reconheço essa direção golpista, assim como não reconhecia a antiga direção municipal, nem a estadual. Não tiveram coragem de fazer convenção e disputar no voto. É só conchavo – diz no vídeo, usando a expressão “golpe” possivelmente para também atingir a ex-presidente Anabel Lorenzi, que em 2011 votou a favor do golpeachment contra a prefeita Rita Sanco (PT).
Dila, que ressaltou falar só por ele, não pelo parceiro de rebeldia Bino Lunardi, fez dois desafios.
– Dou até o fim do ano e ganho no voto – disse, apelando pela realização de uma convenção municipal, criticando sem citar nomes o decano do partido, José Amaro Hilgert, ao falar de “gente que está há 40 anos no partido e ocupou tudo que é cargo”.
De Leon, assim como Anabel e com apoio de Amaro e do presidente estadual Ciro Simoni, foram nomeados em comissão provisória.
O vereador também duvidou da articulação de uma nominata completa para as eleições de 2024, no partido que já perdeu os principais suplentes, como a primeira na eleição de 2020, Daiana Luz, filiada ao União Brasil:
– Uma direção já foi por não ter capacidade de segurar os filiados. A outra ainda vai bater nas portas de outros partidos pedindo para abrir (vaga para concorrer).
Sem nomes, mas também usando de seus recursos de oratória, Dila notoriamente atacou De Leon, conhecido por doar metade do salário como vereador para escolas estaduais.
– Não ofereço vantagem para ganhar eleição. É preciso esclarecer, porque oferecendo pecúnia é fácil fazer voto – falou, também já reagindo a ameaças de bastidores de que pode ser submetido a comissão de ética por infidelidade partidária, já que não conseguiu na justiça o direito de se desfiliar, sem o risco de cassação, alegando perseguição política:
– Me chamem em qualquer instância partidária que vou revelar como alguns apoios são conseguidos em troca de fundo partidário.
Em outra obvia provocação, Dila também participou da inauguração de 180 metros de asfalto na rua Navegantes. Ao lado do prefeito – e seu amigo – Luiz Zaffalon (MDB) até levantou um cone ao lado de outros vereadores e o vice-prefeito Dr. Levi (Republicanos); e postou em suas redes sociais
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Antecipei a crise.
Conclui assim o artigo de quarta: “…se não houver ‘pautas-bomba’ do governo Zaffa que permitam ao PDT de De Leon testar a fidelidade de Dila e Bino na oposição, podemos ter um experimento da relação entre direção e vereadores em relação aos apoios a diferentes lados da ferradura ideológica na eleição de 2022, na qual o novo presidente ainda não decidiu se concorre ou não a deputado. Inegável é, para quem acompanha a política da aldeia, que até De Leon sabe que é um presidente que Dilamar odeia…”.
Quando leu, pedetista, que mantenho sob anonimato, enviou mensagem de Whats: “não existe crise envolvendo quem não existe no âmbito partidário, e quem diz coisas sem pensar vai ter que responder”.
Ao fim, tem crise sim. Estão, como dizia Brizola, “arrebentando o alambrado”.
Assista ao vídeo com a fala completa de Dila
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