Cristian Wasem (MDB) e Delegado João Paulo (PP) restam diplomados prefeito e vice-prefeito de Cachoeirinha para o mandato 2025-2028, assim como os 17 vereadores eleitos em 6 de outubro.
A cerimônia conduzida pela juíza da 143ª Zona Eleitoral Suelen Caetano de Oliveira, na Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira, é a última fase antes da posse, em 1º de janeiro.
O ‘Cristian 2’ será o primeiro ‘governo cheio’ do advogado, que governou por um ano interinamente, por ser presidente do legislativo na cassação do prefeito Miki Breier (PSB) e do vice Maurício Medeiros (MDB) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e pelos dois anos seguintes após vitória nas urnas na eleição suplementar de 2022.
É um governo de desafios anímicos, infra-estruturais, ambientais e fiscais, além da necessidade de Cristian enfrentar uma equação política que se apresenta a todo governante que não pode mais concorrer à reeleição.
Vamos a eles – sem textão, resumidamente, e quem quiser detalhes procure em artigos anteriores que postei.
O desafio anímico de Cristian é devolver auto-estima a uma população que nos últimos cinco anos testemunha uma mistura do noticiário político com o policial, denúncias midiáticas, tentativas de impeachments e golpeachments, cassações e policiais batendo na porta.
“Pobre Cachoeirinha!”, é expressão que criei, tal a paralisia que a série de escândalos impôs aos bons feitos da política no município.
O desafio infra-estrutural do prefeito reeleito é concluir obras de pavimentação contratadas a partir de um gordo financiamento de R$ 80 milhões.
Por incrível que pareça, Cristian faz mais obras depois do que antes da eleição – dinheiro tinha, mas os projetos não ficaram prontos antes do período eleitoral.
O desafio ambiental é articular com os governos federal e estadual a construção da rede de proteção a cheias de um município que ficou entre os mais atingidos pela catástrofe de maio, com pelo menos 25 mil pessoas obrigadas a deixar o lar.
Soma-se à necessidade de diques e casas de bombas, que oito meses após a enchente ainda não funcionam completamente, a imposição de uma realidade: como, ainda sob o horror da tragédia de maio, permitir a construção de condomínios ao custo do desmatamento do Mato do Julio, a maior floresta urbana da região metropolitana, que serviu como contenção e salvou 2 mil famílias de serem atingidas pelas águas?
O desafio fiscal de Cristian é equalizar os impactos do ‘bonde dos cargos’ que criou para acomodar a ‘República de Vereadores’, que seqüestra prefeitos de Cachoeirinha desde sempre, com os compromissos que assumiu com o funcionalismo na campanha, como reajuste salarial e pagamento do piso do magistério, frente a um orçamento que mostra comprometimento da receita com pessoal no limite de 54% da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já o desafio político, enquanto mantém o café quente, já que não pode concorrer à reeleição em 2028 (e é uma insanidade a fofoca de que cogite renunciar para concorrer a deputado estadual em 2026), é Cristian garantir a unidade necessária para governar em meio à inevitável disputa pela sucessão.
(A experiência de 28 anos de cobertura política na região, completos em novembro, permite-me colocar dois candidatos à sucessão medindo forças dentro do governo: o vice, Delegado, para muitos o candidato natural, e o ‘primeiro-ministro’ de Cristian, seu assessor especial e presidente do partido do prefeito, André Lima – uma reedição do ‘gerentão’ que deu certo em Gravataí, com o prefeito eleito e reeleito Luiz Zaffalon, o que já tratei em Por que André Lima pode ser candidato a deputado estadual do prefeito Cristian em Cachoeirinha; O ‘gerentão’).
Ao fim, a Pós-graduação em Simpatia e em Queridão das redes sociais as urnas já garantiram a Cristian: com 47.364 votos, 71,86%, um dos maiores percentuais de votos válidos do país em cidades metropolitanas.
É, ainda guardadas as proporções históricas, um tipão político como o popular sogro, o ex-prefeito Francisco Medeiros, o Chico Gaiteiro.
Foi, como analisei após a eleição no Seguinte:, em #DasUrnas | O 7 a 1 de Cristian: o ‘povo pelo povo’ escolheu seu ‘prefeito pelo povo’ em Cachoeirinha.
Fato é que hoje o prefeito reeleito recebe o diploma para exercer um governo cheio – e com 15 dos 17 vereadores ‘a favor’.
Pelos desafios urgentes de Cachoeirinha, reputo o ‘Cristian 2’ valerá por um Doutorado.
A ‘banca’ começa dia 1º. Mau aluno, Cristian nunca foi. É filho da professora Janice.
OS VEREADORES DIPLOMADOS (2025-2028)
Léo da Costa (PT) | 3.117 votos
Jussara Caçapava (Avante) | 2.509 votos
Cléo do Onze (MDB) 2.483 votos
Tiago Eli (PP) | 2.324 votos
Mano do Parque (PL) | 1.921 votos
Otoniel Gomes (MDB) | 1.494 votos
Gustavo Almansa (PT) | 1.491 votos
Paulinho da Farmácia (PDT) | 1.427 votos
Marcelinho (MDB) | 1.286 votos
Zeca Transportes (MDB) | 1.222 votos
Flávio Cabral (MDB) | 1.214 votos
Pricila Barra (Podemos) | 1.170 votos
Edison Cordeiro (Republicanos) | 1.159 votos
Gilson Stuart (Republicanos) | 1.151 votos
Uilson Droppa (Podemos) | 1.020 votos
Sandrinha (Republicanos) | 898 votos
Claudine (PP) | 876 votos