Marco Alba é um cara leal aos seus. Sua trajetória política não registra grandes rompimentos. O grupo que o cerca é o mesmo há anos e é difícil lembrar alguma vez que tenha terceirizado alguma culpa para aliados.
Se na primeira década dos anos 2000 se afastou de Abílio dos Santos, seu primeiro ‘padrinho’, depois reatou relações e homenageou post mortem o ex-prefeito com o nome da maior obra dos cinco anos de PMDB frente à Prefeitura, a UPA da 74.
Mesmo nas manchetes mais difíceis, nunca escondeu a relação de proximidade com Eliseu Padilha, hoje número 1 do governo Michel Temer.
Com o falecido Acimar da Silva – prefeito tampão no interregno entre o impeachment de Rita Sanco, em 2011, e sua posse em 2013 – a gratidão não deve ser diferente. Desde a tragédia da morte em um assassinato até hoje não resolvido, Marco tem sido um dos principais – se não o principal – conselheiro de Alison, filho de Acimar.
Candidato a vereador, o engenheiro civil de 26 anos ficou a 147 votos da eleição. Hoje, com Nadir Rocha como prefeito interino e ‘camerlengo da Sé vacante’ até a posse de Marco dia 7, ele ocupa cadeira na Câmara. Pelo histórico de Marco, e pelo discurso na noite da vitória, Alison deve ficar por lá.
– Sapeca igual ao pai – brincou Marco na noite de 12 de março, com carinho e intimidade provocando risos após levar às lágrimas Alison e a mãe, Marli, ao recordar Acimar e o papel do 'senhor gentileza' para a ascensão do grupo político ao poder após duas décadas longe da Prefeitura.
A engenharia para levar um vereador do PMDB para o secretariado, e abrir espaço para o filho de Acimar, é que aparenta complicações. Nadir, o vereador mais votado da cidade Paulinho da Farmácia e o atual presidente interino da Câmara Alex Tavares já disseram a pessoas próximas que preferem ficar na Câmara. Paulinho e Alex possivelmente para ficarem mais livres para preparar candidaturas a deputado em 2018. Nadir porque tem oito meses na Presidência da Câmara.
Jô da Farmácia (PTB), eleito na coligação, estaria mais disposto a aprender um pouco no legislativo, em seu primeiro mandato após três tentativas.
Os nomes mais especulados são de Alan Vieira e Clebes Mendes. Alan já teria experiência. Foi secretário de Governança por mais de um ano, no primeiro governo de Marco. Mas, mostrando equilíbrio e maturidade, características por vezes raras em quem ainda nem completou 30 anos, tem feito na Câmara uma defesa irrepreensível do governo.
Nas brincadeiras de apostas no meio político, Clebes é o nome da vez para subir para o secretariado. Sua defesa como líder do governo é corajosa, mas seu estilo 'Bolsonaro da aldeia' por vezes é muito agressivo, dificultando o diálogo com setores menos radicais da oposição. Mas o vereador reeleito, um dos únicos a aumentar a votação com 2.654 votos, 680 a mais que em 2012, é trabalhador e gosta muito de fiscalizar, acompanhar e bater foto em obras.
Então…
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