No #DasUrnas, siga a análise da eleição de 2022.
Reputo Marco Alba perdeu ganhando na eleição de 2022.
Perdeu porque não foi eleito deputado federal. O ex-prefeito recebeu 68.245 votos, quando precisaria próximo a 100 mil, como previu em SEGUINTE TV | 1h com Marco Alba: “Não é votar em mim, é votar na Gravataí que deu certo”; Candidato a deputado federal fala sobre tudo, e ficou como segundo suplente do MDB à Câmara Federal.
Ganhou porque, além de ter reeleito a esposa Patricia Alba como a terceira mais votada do partido, em sua aposta de dobradinha única no Rio Grande do Sul, recebeu, em eleições proporcionais, a maior votação da história de Gravataí: 45.882.
Para efeitos de comparação, Edir Oliveira (PTB) chegou a Brasília com 39.208 votos; 16.550 na aldeia. Daniel Bordignon (PT), em 2006, quando era conhecido como o ‘Mito do Vale do Gravataí’, recebeu 59.792 votos; 40.606 no município.
O que isso significa?
Que o futuro pertence ao ‘Grande Eleitor’ de Luiz Zaffalon, prefeito eleito sob a popularidade de mais de 80% de Marco Alba, que começou a campanha com 2% dos votos e chegou à Prefeitura com mais de 51%; mais do que os adversários todos somados.
Quais caminhos seguirá o filho da dona Suely, aguardemos. A encruzilhada resta apontando para direções nacionais, estaduais e municipais.
Explico.
Fato é que Marco Alba pode ser deputado pelo lulismo ou pelo bolsonarismo.
Começo pelo lulismo (ou ‘leitismo’), talvez mais confortável para Patricia do que para Marco.
Se Onyx Lorenzoni (PL) ficou na frente de Eduardo Leite (PSDB), o tucano, que tem como vice o correligionário de Marco, Gabriel Souza, deve ser eleito governador com os votos de Edegar Pretto (PT).
Se o PSDB e o PT acertarem uma aliança em São Paulo e no RS, com os tucanos apoiando Fernando Haddad (PT) lá, e os petistas apoiando Leite aqui, e todos ‘Lula lá’, aposto 99,9% dos votos de Pretto vão para o governador renunciante.
Se Leite ficar atrás do muro, como em 2018, quando o adversário José Ivo Sartori rasgou a biografia abraçando o ‘SartoNaro’, arrisco também leva a grande maioria dos votos de Pretto; aí excluindo apenas os brancos, nulos e abstenções.
Aí, não dá para esquecer de lembrar que Márcio Biolchi, um dos três deputados federais eleitos pelo MDB, e o primeiro suplente, Giovani Feltes, foram dos primeiros a abrir apoio a Leite, antes mesmo de Gabriel ser definido vice.
Assim, se Leite for reeleito, Marco Alba pode ser deputado se os dois forem chamados para o secretariado; e aceitarem, claro.
Já pelo bolsonarismo, o reeleito Osmar Terra é ministro de Bolsonaro tão certo quando a Terra não é plana; o que faz Marco avançar uma casa em direção a Brasília.
Outro caminho de Marco Alba é disputar o comando do MDB, mexendo no tabuleiro sua ‘rainha’, Patricia Alba, que foi eleita chutando a porta do partido, como analisei em #DasUrnas | Patricia Alba é a grande vencedora da eleição; A ‘Rainha de Gravataí’.
Seria um movimento em direção ao sonho de ser candidato a governador; hoje um pouco mais longe da realidade por não ter sido eleito, o que seria a coroação da tríade: governo popularíssimo em Gravataí, eleição e reeleição de Patricia e a própria ascensão a Brasília.
Inegável é que, no GPS da encruzilhada de Marco Alba, também está ser candidato à Prefeitura de Gravataí em 2024, mesmo que Zaffa já tenha manifestado o desejo de reeleição, como reportei em Zaffa diz pela primeira vez que é candidato à reeleição em Gravataí e indica voto em Bolsonaro em segundo turno; e o vice, Dr. Levi (Republicanos), tenha dito domingo, em frente ao Gensa, após votar, que sonha também ser candidato a prefeito.
– Foi uma baita votação para quem está fora há dois anos – foi um dos lamentos que mais ouvi, não do casal Alba, mas na sede do MDB, após a apuração, na festa da vitória da deputada, que o Seguinte: transmitiu ao vivo e você assiste clicando aqui.
O fora representa os dois anos longe da Prefeitura, que serão mais dois até 2024 e, caso Marco Alba não concorra, pode virar pelo menos mais dois – projetando que concorra em 2026 a deputado estadual ou federal, e seja eleito. Caso não concorra, ou não seja eleito, chegaria a 8 anos até 2028.
E, a política tem suas regras: o capital político é testado na mesma proporção com que ficam distantes as cerimônias de posse.
Ao fim, insisto: Marco Alba perdeu ganhando. O futuro pertence a ele na política de Gravataí. É o ‘Grande Eleitor’. Ou o ‘Grande Candidato’.
Assista ao vídeo produzido pela SEGUINTE TV na festa da vitória de Patricia