RAFAEL MARTINELLI

Delegado disse que aliança com Cristian para nova eleição de Cachoeirinha não teria cargos; Os seus querem. E agora?

Delegado João Paulo observa o jogo, na Praça da Juventude

“Não participaremos do atual governo”.

Se restou bonito, e sem condenações no Grande Tribunal das Redes Sociais, trouxe problemas ao Delegado João Paulo (PP) a resposta dada ao Seguinte:, na quarta-feira, quando confirmou a renúncia à candidatura para assumir como vice na chapa do prefeito interino Cristian Wasem (MDB) na nova eleição de 30 de outubro, em Cachoeirinha.

Acontece que partidários seus querem cargos na Prefeitura.

A argumentação só não é óbvia a um outsider da política, como ainda mantém características o policial civil aposentado: CCs no governo aumentam o exército de famílias em uma campanha diferente, de eleição suplementar, onde não haverá candidatos a vereador pedindo votos para prefeituráveis.

Se a caneta BIC, com a possibilidade de fazer obras e nomear cargos, é uma das forças de Cristian, por que o partido do vice, e seus apoiadores também não podem ‘ir para a sombra’?

Fato é que o Delegado resta embretado por ter, em 14 de julho, negado a aliança a partir de cargos, o que reportei em Delegado nega acerto com prefeito Cristian para nova eleição em Cachoeirinha; ‘Não negociamos números ou secretarias’, artigo que trazia uma resposta dele às informações de bastidores de que a oferta seria de 4 secretarias e 60 CCs, além do terreno na Lua de 40% de um futuro governo.

Arrisco impossível, frente à pressão, que o Delegado não recue e permita aos seus assumirem secretarias – para algumas já havia até mais de um postulante – e outros CCs.

Ao fim, o xadrez do Delegado me lembra ‘Eleito (1990)’, do Millôr:

“Pouco a pouco, surge na linha do horizonte a luz triunfante do novo eleito. Cabeça de touro, corpo vegetal, pés de pato, ainda úmido do suor do parto, ele aspira crescer na selva selvágia. Mas sem mãe (gerado de si próprio), no planalto inóspito, quem o vai alimentar? Quem lhe oferecerá o seio, propriamente dito, pra sustento do corpo, ou simbólico, para a nutrição da alma? Se alguém o fizer, como confiar no alimento, que pode ser uma traição, estar envenenado pela rivalidade política, pela ânsia de outros egos que sabem bem que ele quer ocupar todo, todo, o espaço disponível? Onde, e com quem, aprender os primeiros passos de um balé à beira do abismo? Em que caverna habitar enquanto se ruminam sonhos e devaneios de poder e glória, realização e plenitude, e se espera, e se assume, e se administra o Cargo?”

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