Peço desculpas públicas para a vereadora de Gravataí Anna Beatriz da Silva: fui machista.
Cobrou-me ela, amorosamente, na última sexta-feira, no aniversário de um amigo em comum, que, em Com 2 mil pessoas, Dimas é lançado deputado e reaviva ‘GreNal político’ em Gravataí, artigo onde reportei a festa na qual seu companheiro foi protagonista, cometi:
“… Além daqueles que saudou como a principal base de sua candidatura: a unidade do partido em Gravataí, com os vereadores Anna Beatriz da Silva, que é sua esposa; Bombeiro Batista, o vereador mais votado em 2020, e Cláudio Ávila, seu articulador e personagem singular da política local, além de um apoio de fora do partido, o popular Fernando Deadpool (União Brasil)…”.
Perceberam como me referi a Anna? “A esposa de Dimas”.
Agradeço que na festa que compartilhamos Anna tenha me confrontado sobre algo que, para tantos, pode parecer bobagem.
Não é. É cruzada civilizatória.
Mas, reputo, só ocorreu porque somos amigos.
Ela, talvez, teria silenciado, como fazem todas as mulheres, não fosse eu – o machista – seu amigo. E eu nem teria me dado conta de ter estrelado o machismo estrutural.
Leiam novamente, como me referi à mulher:
“… Anna Beatriz da Silva, que é sua esposa;…”
Para quem não sabe, Anna é uma das políticas que mais admiro; pelo trabalho, mas também pelo imponderável: é minha gêmea ideológica.
Porém, no artigo, protegi os ‘meninos’, e apresentei a menina’ apenas como a “esposa de”.
Desconfio já tenha feito isso, e aqui também peço desculpas, a outras meninas envolvidas com a política, e que admiro, como Patrícia Alba, a deputada estadual de Gravataí, ‘esposa’ do ex-prefeito Marco Alba; Rosane Bordignon, companheira do Daniel, que perdeu uma eleição para o ‘Grande Eleitor’ Marco Alba por apenas 4 mil votos; Rita Sanco, prefeita cassada injustamente; ou a Joice Dornelles, esposa do ex-vereador e presidente do PV gaúcho, Márcio Souza.
Por que não podem essas mulheres, começando antes, ou depois dos machos, fazerem política? Não é saudável que a companheira, ou o companheiro de alguém, viva a mesma realidade ou sonho?
24/365 não seria um bom tempo para uma família se dedicar à política? E, é ruim os filhos seguirem o (des)caminho do pai ou e mãe, igual ao dentista?
Ao fim, Anna e as outras mulheres que citei, e leram esse artigo, podem achar desnecessário esse meu texto, principalmente quando crianças, como a anônima de 10 anos que precisou mudar o nome, ou a famosa Klara Castanho, ilustram como meninas pobres ou ricas são vítimas de abusos.
Esse artigo não é para minhas amigas. É para meus amigos. Ou os amigos que quero manter. E também para os imbecis. Afinal, todo mundo tem mãe.